Restabelecido funcionamento dos semáforos na cidade de Nampula

Restabelecido funcionamento dos semáforos na cidade de Nampula

Foi restabelecido no final da tarde de ontem, quarta-feira, o funcionamento dos semáforos da cidade de Nampula, depois de um apagão que durou mais de 10 dias, onde o Conselho Autárquico da cidade de Nampula e a Electricidade de Moçambique (EDM) trocavam acusações sobre a necessidade do pagamento ou não do consumo de energia eléctrica naqueles aparelhos reguladores do trânsito rodoviário.

A EDM veio a público esclarecer que avisou ao Conselho Municipal da cidade de Nampula que deixaria de fornecer, de forma gratuita, a energia eléctrica para o funcionamento dos sinais luminosos nas estradas da urbe, despesa que deve passar a ser suportada pela edilidade.

De acordo com o delegado da EDM, Eduardo Pinto, infelizmente o aviso, que foi notificado por escrito, foi ignorado pela edilidade.

O Conselho Autárquico da cidade de Nampula, através do chefe do gabinete do presidente, Ossufo Ulane, chamou ontem a imprensa para dizer que a EDM enviou sim uma carta que notificava aquela entidade sobre o corte no fornecimento de energia eléctrica aos semáforos, no dia 08 do mês em curso.

“Eles apenas comunicavam que estavam a fazer mudança do sistema pós-pago para o pré-pago e isso aconteceu no dia 8 de Janeiro do ano em curso e não em Dezembro, conforme sustenta a EDM”, disse Ulane.

O chefe do gabinete assegura que existe uma ligação política com o apagão, pois, segundo avança, enquanto a autarquia era governada pela Frelimo, nunca se falou da necessidade de energia eléctrica ser paga pelo Conselho Municipal. Ele questionou a responsabilidade social da EDM em prover aquele serviço.

Ulane assegurou que, o Conselho Municipal procurou abordar o assunto com o Secretário de Estado da província, Meti Gondola, mas que tal não foi possível, porque o mesmo se encontrava de férias.

Apesar de tudo, Ulane garantiu que a edilidade vai repor o funcionamento dos semáforos, ora desligados devido a falta de corrente eléctrica, situação concretizada já no final da tarde de ontem.

Entretanto, o delegado da EDM nega que se trata de uma guerra politica. Explicou que a sua instituição é pública onde todo o cidadão merece um atendimento condigno e todos têm o mesmo tratamento

“O que o município deve fazer agora é comprar a energia para alimentar os semáforos. Aliás, os aparelhos para recarregar a energia estão na sua posse e em caso de uma dúvida técnica estamos prontos para esclarecer”, disse Pinto.

Entretanto, a chefe das operações do departamento da Policia de Trânsito (PT), Idelina Jafete, no comando provincial da Policia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, garantiu que o sector está sempre disponível para regular o trânsito ao nível da cidade, nos momentos em que os semáforos não têm funcionado.

Um advogado da praça disse que a EDM pode estar coberta de razão ao cobrar o consumo de energia no funcionamento dos semáforos, pois aquele é um serviço gerido pela edilidade que tem fundos para cobrir.

“O município cobra várias taxas e impostos para cobrir as suas despesas. Não pode exigir o consumo de energia gratuita nos semáforos, se não os hospitais, as escolas e o FIPAG, que fornece água à cidade, iriam, igualmente, exigir energia gratuita, por a EDM ser empresa pública…”, explicou para depois referir que deve ter faltado diálogo para que o munícipe não sofresse com o apagão que se registou.