Oposição insatisfeita pela gestão municipal de Nacala-Porto

Oposição insatisfeita pela gestão municipal de Nacala-Porto

Os membros dos partidos da oposição, Frelimo e MDM, na Assembleia Municipal em Nacala-Porto, província de Nampula, estão insatisfeitos pela forma como o actual governo autárquico, liderado por Raul Novinte, tem estado a gerir os destinos daquela urbe.

Abubacar Cássimo, do partido MDM, considera inconcebível que o gabinete do presidente gaste mais de 200 mil Meticais, em lanche, enquanto na mesma cidade, uma escola necessita de 500 mil Meticais para conclusão das obras de construção.

Xadreque Niconela, do partido Frelimo, relatou aquilo que considerou de violação grosseira do sistema financeiro, orçamental e patrimonial das autarquias locais. Segundo Niconela, o edil tem estado a orientar de forma obscura as obras públicas e a liderar processos de aquisição de bens e serviços. Citou como exemplo, as obras de colocação de asfalto na estrada que liga Kuanza ao bairro de 25 de Setembro, um troço de sete quilómetros.

Existem sectores, junto da edilidade que ficaram sem orçamento anual para funcionamento, porque as verbas estão a ser aplicadas na execução daquela via de acesso.

Para Niconela, a administração directa, na execução de obras do Estado apenas é aplicável quando o orçamento global não excede os 500 mil Meticais.

“As obras para a asfaltagem da estrada do Kuanza iniciaram nos finais de 2019 e até agora não se sabe o futuro da empreitada ”-lamentou a nossa fonte.

Em 2020, o presidente do Conselho Autárquico de Nacala, Raúl Novinte, deslocou-se ao Brasil, para negociar, pessoalmente, a compra de máquina, denominada Usina, destinada a preparar e colocar asfalto na estrada, equipamento cujo preço de aquisição passou milagrosamente de 12 para 18 milhões de Meticais.

O pior é que os membros da Assembleia Municipal disseram desconhecer o paradeiro da máquina.

Num outro desenvolvimento, os representantes do povo lembraram que a edilidade procedeu, no ano passado, com o lançamento da primeira pedra para a construção da fábrica de contentores de lixo, mas até a data, não há informações sobre o ponto de situação do projecto.

Sobre as acusações, Raúl Novinte, pediu aos membros para que não se precipitassem em ver a estrada concluída, porque, segundo ele, a demora deve-se ao facto de estar a serem acauteladas as questões relacionadas com a construção do sistema de drenagem.

“A estrutura da estrada está concluída e agora decorre a construção de drenagens para facilitar a orientação da água de chuvas”-explicou.

Em relação a fábrica de contentores, fez saber que a infra-estrutura está já concluída e está em processo a mobilização de recursos financeiros para aquisição de máquinas para sua operação.