O cargo de Presidente da Associação de Futebol de Nampula está a ser muito cobiçado e por conta disso, os actos eleitorais, aparentemente com falta de organização, vão sendo repetidamente impugnados. Este sábado, os clubes que praticam a modalidade elegeram uma nova direcção, presidida por Januário Pastola, antigo arbitro, para dirigir os seus destinos, nos próximos 4 anos.
A eleição de Pastola anula o escrutínio realizado a 26 de Novembro do ano passado, no qual tinha sido eleita Julina Harculete, por alegadas irregularidades. Mas Pastola, que tinha como adversário António Alfina e venceu a eleição com 18 votos, contra 4 do seu opositor, que concorria para a sua própria sucessão, corre também o risco de ver o pleito anulado.
O candidato derrotado, António Alfina, o mesmo que não se conformou com a vitoria de Julina, mostrou-se insatisfeito, novamente, com a forma como decorreu o processo eleitoral, alegando mais uma vez falta de transparência.
“Os representantes de alguns clubes que participaram do acto, não apresentaram credencial, segundo consta dos estatutos, facto que retira a credibilidade das eleições, aliás, uma das causas que fez com que a eleição de Novembro passado fosse anulada, foi a apresentação de credenciais improvisadas, mas a situação voltou acontecer e ninguém disse nada”, disse Alfina.
O candidato derrotado prometeu acionar os mecanismos legalmente existentes, para alegadamente impugnar os resultados eleitorais deste sábado, um prenuncio de muito barulho a volta do futebol em Nampula.
Nos bastidores fala-se de uma acção de manipulação dos representantes dos clubes, os quais são acusados de receber subornos para favorecer a lista encabeçada por Pastola, tendo em vista o futuro candidato da Federação Moçambicana de Futebol.
Entretanto, Julina Harculete, sentindo-se insatisfeita com a deliberação da Mesa da Assembleia-geral, que anulou a sua eleição ao cargo de presidente da Associação Provincial de Futebol de Nampula, intentou uma providência cautelar, junto do Tribunal Judicial da Província de Nampula para que sejam suspensas todas as deliberações sociais.
Julina diz que não deve proceder que os representantes dos clubes de futebol, façam novas eleições, enquanto existe uma direcção que foi eleita, por ela encabeçada, pecando, no entanto, por não ter seguido, antes do Tribunal, os organismos desportivos previstos na lei.
Contudo, o secretário da Mesa da Assembleia-geral, Guilhermino Lavieque, procurou separar as águas, tendo esclarecido que a Associação Provincial de Futebol de Nampula é um órgão que funciona em obediência ao estatuto, a Lei e ao Regulamento do Desporto.
Lavieque fez saber que à luz do estatuto, a Mesa da Assembleia-geral tem bastantes competências para deliberar, observando a lei, a legalidade ou não, de um acto, asseverando que a intervenção dos órgãos de administração da justiça, só é feita em casos de existir matérias de natureza criminal.
Ainda se espera muita tinta a volta deste assunto, onde os clubes afirmam que a sua vontade tem sido marginalizada por causa de interesses obscuros. Uma fonte, de um clube do distrito, que nos pediu anonimato, assegurou que “rola muito dinheiro”, no processo de eleição daquele órgão associativo.