Uma menor de três anos de idade, padecendo de um tumor abdominal, com cerca de quatro quilos de peso, foi submetida à cirurgia, bem-sucedida, no Hospital Central de Nampula, na quinta-feira passada.
A menor que foi transferida do hospital distrital de Morrumbala, na província da Zambézia, tinha um tumor que devido a gravidade da situação, foi evacuada para os serviços de pediatria da maior unidade sanitária da região norte do país, onde foi submetida à uma avaliação apurada.
Dalva Khossa, médica cirurgiã, por sinal a responsável pela operação da menor, explicou que após a criança ser internada no Hospital Central de Nampula, uma equipa multidisciplinar criada para o efeito iniciou uma série de análises, desde a testagem do hemograma até ecografias, com o intuito de salvar a vida da menor, pese embora da chegada tardia à unidade sanitária.
“Operamos uma menor com tumor de pelo menos 4 quilos e não foi fácil, porque precisou uma técnica altamente apurada e a criança neste momento encontra-se fora do perigo apesar de necessitar de sangue”, referiu a fonte no próprio dia da cirurgia.
Devido a várias complicações que resultam de doenças associadas, a operação da menor levou aproximadamente 5 horas de tempo, naquilo que foi das primeiras cirurgias mais complicadas, dai que o apelo foi para que pessoas de boa vontade a doem sangue.
“Quero aproveitar os órgãos de comunicação social para pedir aos cidadãos para ajudar a criança, porque neste momento encontra-se com pouco sangue no organismo por conta dos problemas que teve antes e durante a operação, associados a várias doenças com principal destaque para a má nutrição”, relatou.
O director do Bloco Operatório do Hospital Central de Nampula, Rodolfo Robson, disse que, em média mensal, o seu sector tem submetido a cirurgia, um total de 15 pacientes com maior ênfase para crianças com idades compreendidas entre 3 a 7 anos, provenientes de diferentes pontos da região norte, incluindo da província da Zambézia no centro do país.
Rodolfo Robson exorta aos pais e ou encarregados de educação a levarem os seus filhos às unidades sanitárias, caso sejam detectadas anomalias no organismo e aconselha-os a abdicarem de práticas costumeiras.
“Os pais têm levado as crianças ao hospital muito tarde, depois de terem passado pela medicina tradicional, dai que chegam com tumores grandes e isso faz com que também o trabalho seja duro”, precisou.
Sem especificar o número de mortes durante as operações, o nosso interlocutor indicou que nem tudo corre bem, pois há casos em que, os pacientes são submetidos à cirurgia e acabam falecendo devido as várias complicações.