Recenseamento caracterizado anomalias em Nampula

Recenseamento caracterizado anomalias em Nampula

O processo de recenseamento eleitoral, na província de Nampula, está a ser caracterizado por algumas avarias das máquinas, morosidade no atendimento e alegada inscrição de pessoas fora dos limites dos distritos com autarquias, entre outras anomalias.

Segundo ficou a saber o nosso jornal, numa ronda efectuada por alguns postos da cidade de Nampula, por causa das avarias e lentidão dos brigadistas no atendimento, havia pessoas que procuravam se recensear há mais de cinco dias.

Os postos que funcionam na Escola 7 de Abril, Pedreira, Mutomote, 22 de Agosto e Serra da Mesa são exemplos das situações acima mencionadas.

“Estou desde domingo a querer recensear, mas não está a ser fácil. Os brigadistas são muito lentos, pior ainda, eles atendem listas de pessoas vindas não sei de onde”, revelou um potencial eleitor que falou em anonimato.

Um outro cidadão com quem conversamos, que também pediu anonimato, pediu a intervenção dos órgãos competentes, para melhorar a situação o mais cedo possível, para alegadamente não haver aproveitamentos políticos e ou desânimo dos eleitores que se querem inscrever.

Sobre as questões detectadas pelo nosso jornal, o presidente da comissão provincial de eleições (CPE), Daniel Ramos, começou por reconhecer que algumas máquinas instaladas nos postos de recenseamento têm tido, nestes primeiros dias, alguns problemas.

“Há momentos em que os cartões saem sem assinatura, porque os seus utentes também não sabem assinar. Feliz ou infelizmente esta situação de cartões sem assinatura, está a ser aproveitada por alguns partidos políticos que aparecem a dizer que é uma situação propositada, sobre isso queremos sossegar que ninguém ficará sem votar pelo facto do seu cartão não ter assinatura”, disse Ramos.

Reconheceu ainda que há casos de falta de domínio do equipamento informático, por parte de alguns brigadistas, por isso chamou atenção das equipas de supervisão, para fazer o seu trabalho.

Aliás, a fonte frisou que dirigentes de alguns partidos políticos, que preferiu não citar os seus nomes, vão as brigadas dos postos de recenseamento, onde provocam agitação, o que faz com que os brigadistas passem muito tempo a gerir conflitos.

Questionado sobre alegada inscrição de pessoas que vivem fora dos limites dos distritos com autarquias, Ramos respondeu que não tinha conhecimento de tal facto.

No entanto, apelou aos partidos políticos que deixem de se fazerem presentes nos postos de recenseamento eleitoral, tendo recordado que os mandatários não têm a obrigação de organizar filas.

Segundo dados divulgados pelos órgãos eleitorais, a província recenseou até ao momento 24.800 potenciais eleitores.