O presidente do Conselho Municipal da cidade de Nampula, Paulo Vahanle, atacou ontem, deliberadamente, alguns jornalistas da praça, afectos ao sector público e privado, acusando-os de espiões e de pertencerem ao partido Frelimo, por alegadamente não terem publicado a sua imagem, quando da sua participação da cerimónia de comemoração do “Ide Ul Fitre”, que marcou o fim de jejum para os crentes da religião islâmica.
O facto, que aconteceu momentos antes de ele orientar a cerimónia pública de entrega de duas viaturas ambulâncias, teve como “alvos” iniciais, os jornalistas da Televisão de Moçambique, nomeadamente Elisa Fernando e o seu “camera man”, José Arlindo.
Para manifestar o seu desconforto, Vahanle condicionou a realização da cerimónia à expulsão dos dois repórteres do local.
Para além dos repórteres da Televisão de Moçambique, Vahanle insurgiu-se contra um jornalista do matutino «notícias», por este ter-lhe questionado para quando a alocação de carteiras às escolas sob tutela da edilidade, segundo constava do projecto da edilidade para este ano.
Já o repórter deste diário, não escapou aos ataques e foi-lhe retirado o seu telemóvel, pelo director do gabinete de imprensa do edil, Nelson Carvalho, por alegadamente ter iniciado a fazer fotografias e gravações ao evento, sem a sua autorização.
“Se vocês não querem trabalhar com Vahanle, que fiquem em casa, eu não perco nada”, sentenciou o edil, ante aplausos dos funcionários da edilidade e de populares presentes na cerimónia de entrega das ambulâncias.