O distrito de Nacala, em Nampula, declarado livre da Cólera em Junho passado, depois de ter sido considerado epicentro da chamada “doença de mãos sujas”, durante os primeiros meses do ano em curso, está a trabalhar, no sentido de evitar que a doença volte a assolar aquela região, numa altura em que a província continua a registar casos, pelo menos na cidade capital.
Neste momento, as comunidades estão a ser sensibilizadas, no sentido de adoptarem hábitos elementares de higiene pessoal e colectiva, nomeadamente eliminação de charcos, acondicionamento e tratando a água para consumo, com recurso a desinfectantes alocados gratuitamente, lavagem das mãos e alimentos, mobilização das lideranças religiosas e tradicionais, para desmistificação da origem da doença, entre outras medidas.
“Estamos a trabalhar com o FIPAG, na reparação de condutas rompidas, onde a população aproveita para tirar água para o consumo”, disse o director distrital de Saúde, Mulher e Acção Social.
Durante os dois meses que o distrito foi assolado pela cólera, duas pessoas perderam a vida, vítimas da doença, de um universo de mais de 1.250 casos registados nas unidades sanitárias.
Importa referir que, devido a desinformação sobre as origens da doença, a cidade registou tumultos nos bairros de Janga 1,2, Mahelene, onde os moradores acreditavam que a doença era “fabricada” pelas autoridades de saúde e “entregue” aos líderes comunitários e pessoal ligado a saúde, para “espalhar” no seio da população.
Para acalmar os ânimos, foi necessário o envolvimento das forças vivas do distrito, desde os líderes religiosos, parteiras tradicionais, o Conselho Municipal e sector de saúde.