A Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN) considera como principais desafios de inclusão social da população das províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, o acesso a habitação, direitos a educação e formação profissional e integração das famílias deslocadas, por causa dos ataques terroristas.
A posição neste sentido foi manifestada ontem na cidade de Nampula, pelo presidente da Comissão Executiva da ADIN, Armindo Ngunga, na abertura da conferência internacional subordinada ao tema “explorando o potencial da coesão social nos processos de desenvolvimento: as experiências do norte de Moçambique”, promovida pelo Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) e parceiros de implementação, nomeadamente a Fundação Mecanismo de Apoio para a Sociedade Civil (MASC) e o Centro de Desenvolvimento de Democracia (CDD), com apoio do reino da Suíça.
“Se assim concordarmos, então que concentremos nossos esforços nestas componentes e outros aceites, aprimoremos as nossas metodologias, para evitarmos a realização de actividades ineficientes e paliativas no seio das comunidades. Não vamos entreter as nossas comunidades, o sucesso das nossas intervenções reside no reconhecimento da necessidade de agirmos como grupo, para o bem das comunidades, o que requer a aceitação de uma coordenação através do governo evitando o hastear das bandeiras institucionais individuais”, disse Ngunga.
Sobre os desafios da coesão social na região do Norte, ADIN propõe-se a concentrar sua intervenção na integração das famílias deslocadas, em programas de infraestruturação, assentamentos humanos, melhoria da habitação rural, acesso ao emprego e serviços básicos.
“A ADIN entende que a habitação condigna para todos, sem excepção, constitui uma base sólida para o estabelecimento da coesão social, rumo ao desenvolvimento e melhoria das condições de vida para as famílias deslocadas, retornadas e para a população no geral. A ADIN advoga que uma pessoa com habitação condigna tem mais possibilidade de colaborar na comunidade, ser solidária e inserir-se nos grupos sociais e económicos, participar na produção de alimentos e geração de renda para sua família, contribuir na construção de uma sociedade mais justa e humana e na construção de alicerces para a resiliência comunitária”, disse Ngunga.
Disse que espera da conferência que hoje termina, que cada organização presente no evento, faça uma avaliação para a concessão e implementação de um programa de inclusão social mais eficiente, eficaz, estruturada, adequada ou adaptável às comunidades, de forma especifica e concreta, sobre o risco de não se atingir os resultados preconizados.
O Director Interino do IESE, Euclides Gonçalves, revelou que o programa, com o objectivo de envolver jovens e mulheres em espaços sociais económicos e políticos inclusivos, no âmbito da promoção de uma governação responsável, está a ser implementado em Montepuez e Chiure, em Cabo Delgado, Chimbunila e Cuamba, em Niassa, Moma e Angoche, em Nampula.
Disse que a conferência que hoje termina, visa partilhar experiências e fazer uma reflexão sobre as práticas e projectos de coesão social e assuntos relacionados com a região norte do país.
“Esta conferência acontece numa altura em que 1.6 milhões de pessoas precisam de apoio humanitário, em toda a região norte, devido aos ataques” disse Gonçalves.
Por sua vez, o representante da embaixada da Suíça em Moçambique, Jean Bloch, lamentou o extremismo violento vivido em algumas províncias da região norte do país e disse que por conta disso, o programa de apoio a Moçambique integra uma abordagem sobre coesão social.
“Manifestamos o compromisso de continuar a prestar o nosso apoio na área do desenvolvimento humano e social, com vista a expandir e melhorar o acesso da população aos serviços públicos, reforço da credibilidade institucional e da coesão social entre os moçambicanos”, assegurou.