Um professor, identificado como sendo, Agostinho Francisco, afecto ao distrito de Nacarôa, em Nampula, acusa as entidades estatais de estarem a abusar dele e reclama a falta de pagamentos dos seus salários, congelados, segundo diz, há mais de 10 anos, em virtude dos serviços distritais de educação, juventude e tecnologia, não reconhece-lo como docente.
De acordo com Francisco, tudo começou quando se recusou a trabalhar numa escola localizada a 25 quilómetros da vila, para onde tinha sido transferido, quando a sua residência era na sede do distrito.
“A direcção distrital sabia que eu sofro de um problema de inflamação do joelho, que não me permite caminhar além de 1 quilómetro. Quando mostrei a junta médica ao administrador, ele não aceitou, acusou-me de não querer trabalhar, daí cancelaram os meus salarios”, explicou Francisco.
Diz que no ano de 2015, um amigo aconselhou-o a fazer prova de vida e que depois disso, o salário começou a reflectir na sua conta bancária mesmo sem trabalhar. “Quando fui pedir turma para leccionar, a directora distrital não quis me atender e o salário voltou a ser cancelado”, acrescentou.
Disse que já cruzou várias entidades desde o nível do distrito até a província como governador e Secretario de Estado, mas não tem tido sucesso, pois as autoridades em Migogovas se recusam a cumprir ordens superiores e mantem a sua posição.
Contou que os seus chefes, ao nível do distrito, estão a “desobedecer” a orientação dada pelo Presidente da República, em 2018, quando ele apresentou o caso, num dos comícios orientados pelo chefe do Estado, aquando da sua visita de trabalho ao distrito de Meconta.
“O Presidente da Republica orientou que resolvessem o problema. O então Secretario de Estado Mety Gondola também deu essa orientação, mas no distrito dizem que nunca mais voltarei a dar aulas”, referiu.
O nosso interlocutor diz que tem a certeza que nunca foi demitido ou expulso do aparelho do Estado, pois nunca correu contra ele qualquer processo disciplinar.
O nosso jornal está há dois meses a tentar ouvir a reação da direcção provincial de educação sobre o caso, sem sucesso.