Precaridade dos contratos e despedimentos voltam a retórica

Precaridade dos contratos e despedimentos voltam a retórica

Ontem celebrou-se em todo mundo o Dia do Trabalhador e, em Nampula, os discursos não saíram da habitual retorica anual de lamentações sobre a precariedade dos contratos de trabalho e os despedimentos sem justa causa, levados a cabo pelos empregadores.

Pelo menos 15 trabalhadores, de vários ramos de incidência, perderam seus empregos, este ano, em Nampula, ao serem despedidos sem motivos aparentemente plausíveis segundo revelação do secretário-geral provincial interino, da Organização dos Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical (OTM-CS), Rodrigues Júlio, por ocasião do 1º de Maio.

Sob lema “Sindicatos juntos na luta contra a precariedade laboral e custo de vida”, a movimentação dos trabalhadores criou na cidade de Nampula um ambiente desusado depois que o desfile de carros alegóricos iniciou a meio da manha, seguindo de festas de confraternização, particularmente, das empresas com capacidades para o efeito.

Os habituais grupos de varias empresas vestidos de camisetas iguais, coloriram a cidade e os dísticos com murmúrios e lamentações, deixaram os recados para maior reflexão sobre como o trabalhador moçambicano vive no seu dia a dia onde o custo de vida está, cada vez mais desajustado com o salário.

Rodrigues Júlio, referiu no seu discurso que a par dos despedimentos sem justa causa, é notória a actuação da maioria dos sem observância da legislação laboral.

“Isso preocupa bastante. Pedimos para que os advogados que assessoram os empregadores, procurarem formas de propor uma pena ou que não seja sempre o despedimento mesmo quando a alegada violação seja leve”, exortou.

Quanto aos salários mínimos aprovados, a vigorar com efeitos a partir do mês de Abril, o sindicalista diz que apenas vai continuar satisfazer mais algo, apenas para o mês em que se recebe reconhecendo que continua longe do desejado.

Já os trabalhadores, sobretudo das empresas privadas, denunciaram ao nosso jornal que a maioria dos empregadores não respeitam os salários mínimos fixados pelo governo e continuam a pagar abaixo do mínimo estipulado uma vez que a fiscalização nesse sentido é praticamente nula em Nampula.