Refugiados em Corrane querem independência financeira

Refugiados em Corrane querem independência financeira

Alguns requerentes de asilo, actualmente acolhidos no Centro de Maratane, em Nampula, pediram recentemente as autoridades administrativas do distrito, para que encontrasse, rapidamente, espaço para eles desenvolverem actividades de geração de renda.

Os deslocados disseram que reconhecem os esforços feitos pelo governo e seus parceiros para assegurar a assistência, sobretudo alimentar.

E porque não querem esperar apenas de ajudas que podem não durar por muito tempo, há os que já estão a desenvolver pequenos negócios no centro.

Ussene Abacar é um deles que reside em Corrane, e que já está a desenvolver um pequeno negócio de venda de carne de cabrito, que lhe rende alguma coisa para a sua sobrevivência e da sua família.

“Pouco a pouco a vida está a andar, mas gostaria que as autoridades nos ajudassem com alguns pequenos projectos de geração de renda. Neste momento, não estamos a fazer nada. É certo que alguns já se engajaram na produção agrícola, mas isso não basta para a nossa sobrevivência”, acrescentou.

O líder comunitário de Corrane, Cardoso Paita, disse que o governo continua a atribuir terrenos aos deslocados para a produção agrícola, enquanto se espera uma eventual implementação de pequenos projectos de geração de renda.

Já o responsável daquele centro, Alberto Alexandre, disse estar satisfeito com o envolvimento cada vez mais dos deslocados nas actividades de produção agrícola, através do aumento das áreas de cultivo.

O governo da província de Nampula já disse que tudo está a fazer, junto dos parceiros, no sentido de garantir a sobrevivência dos deslocados acomodados naquele centro, não somente no capítulo referente à alimentação, como também noutros aspectos.

O centro de reassentamento de Corrane, único de nível provincial, aberto no mês de Novembro do ano passado, acolhe presentemente 2666 deslocados dos ataques na província de Cabo Delgado, que dependem inteiramente de apoio alimentar das autoridades governamentais e dos parceiros de cooperação.