Victor Salimo atravessa piores momentos da sua vida

Victor Salimo atravessa piores momentos da sua vida

 O músico e compositor Victor Salimo, tido nos meandros artísticos como um dos percursores de algumas das danças típicas de Nampula, nomeadamente, Nzope, Tufo, Namahanja, está a atravessar um dos piores momentos da sua vida, depois da fama que lhe rodeou até cerca do ano de 2000.

Em conversa com o matutino Wamphula Fax, Charifo Victor Salimo, contou que, actualmente, ele sobrevive de “biscates”, depois de ter vendido todo o seu património, nomeadamente um prédio, duas viaturas, dez motorizadas, entre outros bens, na tentativa e esperança de “aguentar-se”.

Salimo, natural de Moma, teve sua primeira aparição artística, em 1984, depois de quatro anos de aprendizado de música.

Foi promovido para o mundo da fama pelo Conselho Municipal da cidade de Nampula, na altura gerido por Dionísio Cherewa, que lhe levou à Portugal para gravar o seu primeiro álbum, intitulado” Mpepe”

“Depois disso, consegui lançar-me no mundo musical, onde consegui granjear simpatia do público e de alguns dirigentes, como o então Presidente da República, Armando Guebuza, que chegou a me propor o cargo de vice-ministro da cultura, para além de ter conseguido estabilizar a minha situação social e financeira”-recorda Salimo.

Conta que recusou a oferta feita pelo então Presidente da República, sem, entretanto, ter avançado as causas que lhe levaram a tomar tal decisão.

Mas, segundo contou, por ter sido mau gestor, não conseguiu manter o património que adquiriu ao longo do período em que esteve no auge da fama.

Lançou um apelo aos novos artistas musicais para que sejam humildes e não se deixem enganar pela fama, pois é algo passageiro.

“Tenho dito aos novos talentos para terem foco na vida. Eles, muitas das vezes, pensam que a fama é uma coisa eterna ”-explicou Salimo.

Questionado sobre o seu principal “pesadelo” como músico, Salimo apontou a pirataria como  actividade que está a prejudicar muitos artistas nacionais e a regredir o progresso da cultura, sobretudo a indústria musical.

 “Enquanto o fenómeno da pirataria persistir, o músico nunca vai singrar. Trata-se de um facto que exige uma mão dura por parte das autoridades e da sociedade” -Lamentou.

O sonho de Victor Salimo é ver os seus 33 filhos formados e arrancarem qualquer área, menos a música.

Contudo, lamenta o apoio do Partido Frelimo, onde deu tudo de si durante muitos anos de vida, sobretudo em períodos de campanhas eleitorais.