O Primeiro Ministro, Adriano Maleiane, anunciou esta segunda-feira, na cidade de Nampula, que o executivo está a avaliar a possibilidade de criar um Fundo de Seguro Soberano, com objectivo de mitigar o sofrimento que as calamidades têm estado a provocar às famílias moçambicanas.
De acordo com Maleiane, a criação do fundo deriva da imprevisibilidade dos eventos extremos, que nos últimos tempos tendem a ser cíclicos.
“A única forma de reforçarmos a capacidade do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Riscos de Desastre (INGD), em matéria financeira, é termos esse fundo”- explicou Maleiane.
Salientou que, com a concretização do desiderato, o governo dará um passo significativo na mitigação dos efeitos nefastos dos desastres naturais, nomeadamente secas, chuvas e outras calamidades.
Na sua visita à Nampula, Maleiane escalou alguns distritos afectados pelo ciclone Gombe, e num breve contacto com as pessoas afectadas pelos efeitos daquele fenómeno disse que a prioridade de momento é a reposição de infra-estruturas sociais básicas, como fontes de abastecimento de água, vias de acesso, energia eléctrica, escolas e centros de saúde.
Recomendou ao INGD e os governos locais para que acelerassem a busca de soluções sustentáveis, por forma que os sectores de educação, saúde e outros voltem a funcionar normalmente em toda a província de Nampula.
Contudo, Maleiane destacou que o envolvimento dos afectados, no processo de reconstrução de infra-estruturas, é também crucial, para o retorno da sua vida normal.
A província de Nampula conta actualmente com 100.441 pessoas afectadas pela tempestade, o correspondente a 20.307 famílias.
Segundo dados do INGD, 15 pessoas morreram e 50 ficaram feridas, 22.693 casas foram destruídas, sendo 10.811 parcialmente e as restantes totalmente. O ciclone destruiu igualmente 16 unidades sanitárias, 346 salas de aula, afectando 14.775 alunos, 141 postes de energia eléctrica, 15 casas de culto, 16 embarcações, 10 artes de pesca, 2 pontes e 5 estradas, que totalizam uma extensão de 130 quilómetros.
O distrito de Mogincual é o único que continua isolado do resto da província, segundo dados do INGD, devido a destruição das principais pontes, que dão acesso àquela região, a partir dos distritos de Liúpo e Monapo.