Professores que não residem onde trabalham devem ser penalizados

Professores que não residem onde trabalham devem ser penalizados

O presidente da Assembleia Provincial de Nampula (APN), Amisse Mahando, revelou ontem que aquele órgão está preocupado com o número de funcionários públicos, sobretudo professores, que não residem nos locais onde foram afectos e exercem as suas actividades, optando por fazer viagens diárias ao ponto de trabalho, mas com domicilio residencial na cidade capital.

Na verdade, este assunto que não é novo, ressuscitou e a APN recomendou ao governo provincial, para que faça o mais urgente possível, uma monitoria com vista à tomada de medidas contra os referidos funcionários públicos, que comprometem o funcionamento das instituições públicas.

O órgão deliberativo afirma que uma parte considerável de funcionários que trabalham nos distritos próximos da cidade de Nampula, fazem o vai vem diário, mas quando encontram algum constrangimento, o que é habitual, acabam por engrossar as ausências no local de trabalho.

O presidente da APN, Amisse Mahando, discursando ontem na abertura da 6ª Sessão Ordinária, disse que as comissões de fiscalização daquele órgão constaram no seu trabalho de fiscalização esta triste realidade, que deve ser corrigida.

“Por exemplo, sabemos que se falhamos na educação, falhamos em tudo, tendo em conta a contribuição deste sector para o desenvolvimento, por isso, queremos que o executivo provincial faça uma monitoria, para que se tomem medidas correctivas o mais urgente possível”, sublinhou.

 Entretanto, os chefes das bancadas da FRELIMO e RENAMO, Lucas Poporo e Luís, respectivamente, destacaram, durante as suas intervenções, a necessidade de se continuar a promover a solidariedade para com as vítimas do ciclone Gombe, que no mês passado fustigou a província de Nampula, deixando um rasto de destruição.

O secretário do Estado na província de Nampula, Mety Gondola, referiu o facto de os moçambicanos estarem preocupados em fortalecer a participação na construção do país, independentemente da sua filiação político – partidária, quer através de uma assembleia, mas estendendo-se a outros fóruns. 

“Por isso, esperamos que a 6ª sessão realize os seus trabalhos durante estes dois dias, com maior abertura, frontalidade e sobretudo com o respeito mútuo, em prol do desenvolvimento da província de Nampula, no contexto da consolidação da democracia multipartidária”, apelou.

Gondola referiu que a situação originada pelo ciclone Gombe na província de Nampula, continua preocupante, recordando que morreram 53 e cerca de 70 ficaram feridas, além de mais 642 mil afectadas, que ainda precisam de ajuda multiforme.

Um relatório balanço do governo provincial, sobre o seu desempenho ao longo do ano passado, apresentado pelo respectivo chefe do conselho executivo, Manuel Rodrigues, destacou que apesar da Covid- 19 e terrorismo em Cabo Delgado, o sector da educação foi um dos que mais cresceu, pois, a província abriu 18 novas escolas, sendo 15 primárias e que, com a construção desses estabelecimentos, a rede escolar passou de 2.327 para 2.345 unidades.

Nampula matriculou mais de um milhão de alunos no ensino geral, correspondente a uma realização de 94 por cento, em relação ao plano estabelecido.

 A 6ª Sessão Ordinária que decorre sob lema, “por uma assembleia engajada na resiliência às mudanças climáticas”, vai debruçar-se sobre vários pontos entre os quais se destacam, balanço do plano económico-social e o orçamento do conselho executivo, bem como o relatório da fiscalização aos distritos.