Nesta quinta-feira, na cidade de Nacala-Porto, o Conselho Autárquico local, liderado por Raúl Novinte, determinou a destruição parcial da praça da OMM, concretamente a letra O da sigla, supostamente para evitar que o local seja partidarizado. No seu entendimento, o nome OMM não é inclusivo, ou seja, não representa os ideais das mulheres que pertencem a outras formações políticas.
Segundo soube o Wamphula fax, o local teria sido transformado em praça da OMM à revelia do município, aliás, no ano passado, 2021, um empresário local, Cremildo Madeira, solicitou a concessão do espaço no sentido de reabilitar e transformar em centro de lazeres.
Entretanto, depois de concluir as obras de construção da infra-estrutura, o empresário decidiu, unilateralmente, apelidar o local por praça da OMM, cuja inauguração estava marcada para ontem, 7 de Abril, alusiva a comemoração do Dia da Mulher Moçambicana.
Sucede que, depois do presidente do Conselho Autárquico de Nacala saber sobre os factos da transformação do local em praça da OMM e não em centro de lazeres, solicitou ao proprietário a alteração do nome para “Praça da Mulher Moçambicana” ao invés de designar por praça da Organização da Mulher Moçambicana.
Esta orientação não foi cumprida nunca, e ontem o edil tomou a iniciativa de destruir a letra “O”, inicial da OMM, no sentido de dar oportunidade para a colocação da letra “P”. Raúl Novinte diz que tomou a decisão de destruir uma parte da praça com base na alínea u, do artigo 77, da lei nº 6/2018, de 3 de Agosto, alterada e republicada pela lei nº 13/2018, de 7 de Dezembro.
Explicando sobre o sucedido, Novinte disse que a praça foi idealizada para ser um espaço público, cujo acesso é para todos os munícipes não importando a sua filiação partidária. Sendo que não há necessidade de partidarizar um local público.
“Orientamos ao gestor da praça para fazer todas as alterações, mas ele mostrou-se insensível quanto a advertência da edilidade. E para salvaguardar os interesses de todas as mulheres que residem em Nacala, o presidente deslocou-se ao local na companhia de membros da Polícia Municipal, agentes da PRM e outras individualidades para destruir a parte da construção com que não concordava”, referiu
Entretanto, o gestor da referida praça recusou tecer quaisquer palavras em relação ao assunto.
