Num tom de arrogância, o Conselho Autárquico da Cidade de Nampula anunciou, na última sexta-feira, através do seu porta-voz, Nelson Carvalho, que não tem vontade de remeter à Assembleia Municipal a proposta de reajuste de tarifa de transporte de passageiros remetida pela Associação dos Transportadores Rodoviários (ASTRA).
Nelson Carvalho disse que os transportadores que não aguentarem com o aumento dos preços de combustíveis devem renunciar a actividade e devolver as licenças ao Conselho Municipal, palavras que significam uma autêntica declaração de guerra entre as partes.
“Os que não aguentarem em manter a actividade com as subidas de combustíveis devem imediatamente devolver as licenças e, se acharem conveniente, irem operar em outros municípios” – referiu Carvalho, em nome do edil Paulo Vahanle.
Entretanto, alguns transportadores decidiram retomar as actividades, cobrando a tarifa de 20 meticais, porque estabeleceram novas modalidades de funcionamento, que passa pela introdução de terminais intermédios, o que faz com que os munícipes paguem mais caro.
Por exemplo, um passageiro que sai da Rex com destino ao mercado grossista de Waresta paga 20 meticais, razão de 10 meticais (Rex-CFM) e mais 10 meticais (CFM-Waresta), uma ginástica completamente ignorada pelo município.
Esta regra foi estabelecida à revelia das autoridades municipais e é válida em todas rotas urbanas, ou seja, enquanto o município mostra-se arrogante o povo sofre.
Entretanto, o presidente da Assembleia Municipal de Nampula, Tertuliano Juma, mostrou-se surpreendido com relação aos pronunciamentos do porta-voz do Conselho Municipal, e admitiu que o órgão que dirige ainda não recebeu a proposta da revisão das tarifas por parte do Conselho Municipal.
