O Aeroporto Internacional de Nacala continua a ser um verdadeiro elefante branco. Fora o fraco tráfego aéreo, agora está impedido de realizar voos no período nocturno, desde ano passado, supostamente, devido a um problema de vandalização de cabos eléctricos, que alimentam a iluminação da pista de aterragem.
Segundo fonte da empresa Aeroportos de Moçambique, a situação está a gerar prejuízos à companhia, que avalia a perca de cerca de 20 milhões de meticais, desde que o problema de restrições de voos nocturnos iniciou, um assunto que está a afectar o normal funcionamento daquele imponente empreendimento.
Por insólito que pareça, o período do Aeroporto de Nacala aberto ao trafego aéreo foi ajustado e agora só podem aterrar e descolar aviões entre as 10 e as 13 horas, altura em que se usa como alternativa o gerador local que permite o funcionamento do equipamento, excluindo-se, no entanto, a iluminação da pista.
Para além do movimento de entrada e saída de voos, que deve ser realizado apenas no período diurno, o atendimento ao público somente funciona em três horas (10h00 às 13h00), porque a energia fornecida a base do gerador acarreta custos elevados sob os auspícios da empresa Aeroportos de Moçambique.
Entretanto, o problema não tem solução à vista e a nossa reportagem apurou que depois da tentativa da intervenção da empresa Electricidade de Moçambique, sem sucesso, para solucionar o caso, cogita-se a contratação de um engenheiro especialista em electricidade aeroportuária, na vizinha África de Sul, mas os Aeroportos de Moçambique não têm fundos para suportar tais despesas.
Presentemente, o Aeroporto que se considera segundo maior ao nível do país, depois de Nampula, recebe apenas três voos comerciais semanais da companhia de bandeira, a LAM, sendo que os restantes voos sejam de caracter privado, esporadicamente.
Aliás, os aviões que em situações de mau tempo ou outras não conseguem aterrar no aeroporto de Nampula ou Pemba, viam Nacala como alternativa segura, o que actualmente está fora de hipótese.
As projeções aquando da construção do Aeroporto de Nacala previam que aquele aeroporto passaria a receber voos internacionais, servindo para as ligações de companhias de renome entre os países africanos e o resto do mundo, sobretudo a Europa e Asia.
Especialistas em avião dizem, no entanto, que a cidade de Nacala não reúne condições para este tipo de operações e por conta disso muitas companhias rejeitaram a inclusão deste aeroporto nas suas rotas.
“Nacala não tem um hospital de referência, nem hotéis para tratar ou acomodar passageiros em caso de um incidente ou avaria de uma aeronave que transporta mais de 200 passageiros. Isso conta muito na aviação”, explicou a nossa fonte solicitando para não ser identificado.
