As comunidades de Janga 1 e 2, algures em Nacala-Porto, província de Nampula, estão a ser assoladas por um surto de diarreias, uma doença que já matou mais de dez pessoas entre adultos e seis crianças neste fim de semana.
A população local acusa os líderes comunitários de serem coniventes na propagação da enfermidade e, por causa dessa onda de desinformação, os chefes de quarteirões, de povoados e de 15 casas, foram alvo de agressão física e vandalização das suas habitações.
Os nativos justificam o comportamento como sendo de retaliação, pois acreditam que a liderança comunitária está a espalhar um produto que provoca diarreias nos seres humanos e, consequentemente, morte em poucas horas.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) de Nacala-Porto foi solicitada para intervir, mas não conseguiram acalmar os ânimos, ou seja, não conseguiram impedir a destruição de propriedades dos secretários, que tiveram que ser evacuados do local.
Aliás, um membro da corporação ficou ferido por causa do alvoroço instalado e no confronto com alguns populares que usavam pedras, paus e outros instrumentos para semear a desordem e destruição.
Para além dos casos de morte, outras pessoas em número não especificado estão internadas no Centro de Saúde de Mahelene e outras foram transferidas para o Hospital Distrital de Nacala.
O médico-chefe do distrito de Nacala, Paulino Julião, reconhece a morte de uma criança, para além de outras pessoas doentes em processo de tratamento, mas as autoridades suspeitam que as diarreias sejam provocadas por alguma intoxicação alimentar.
De acordo com a fonte, é lamentável quando a população cria confusão e não deixa os profissionais trabalharem no sentido de apurar as causas da doença, pois mesmo que se trata de cólera é importante que haja testes ao nível do laboratório para se determinar.
