Pelo menos 71 Sistemas de Abastecimento de Água (SAA), de um total de 215 existentes na província de Nampula, estão inoperacionais, situação que se reflecte negativamente na vida da população, tal como deu a conhecer o governador, Manuel Rodrigues, durante o seminário de Reflexão sobre a Sustentabilidade dos Serviços de Abastecimento de Água Canalizada em Aglomerados Populacionais Rurais e Pequenas Vilas.
O evento, organizado no âmbito da implementação do Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR), teve lugar semana passada, onde o governante referiu que as avarias decorrem de vários factores, desde a falta de conhecimentos em matéria de gestão, por parte das entidades delegadas para o fazer até as deficiências no dimensionamento e desenho do SAA, erros de construção, fraca fiscalização e baixa receita arrecadada através da tarifa da água.
“Queremos saudar a direcção máxima do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, pela organização desta reflexão, porque é deveras desgastante ao tomarmos conhecimento de que existem sistemas, acabados de inaugurar, que estão avariados, para decepção de toda a população”, disse o governador.
Ainda na sua intervenção, como uma das saídas, Rodrigues falou da necessidade de se pensar num fundo adicional ao orçamento do projecto de construção de cada um dos Sistemas de Abastecimento de Água, para suportar os custos operacionais, numa primeira fase.
Teresa Miguel, chefe do Departamento de Abastecimento de Água na Direcção Nacional do sector, apontou os custos operacionais elevados, em particular a energia eléctrica da rede, que apresenta 29 por cento do peso da estrutura de custos destes serviços, associado a fraca vontade de pagar o consumo de água por parte das populações, como estando na origem da fraca viabilidade financeira de alguns destes serviços, daí que vincou a necessidade da continua sensibilização de todas camadas, no sentido de terem o hábito de contribuir pagando a água como forma de manter os SAA.
