Os serviços de urgências do Hospital Central de Nampula (HCN) estão a funcionar a meio gás, devido a adesão do grosso número de médicos à greve desta classe de profissionais, que arrancou na última segunda-feira, ao nível do país.
Segundo sabe o Wamphula Fax, os médicos estão a exigir do governo o enquadramento na Tabela Salarial Única, TSU, o pagamento de horas extras e subsídios de localização, cuja primeira negociação, havida recentemente, em Maputo, não surtiu efeitos, na sua plenitude.
A nossa reportagem fez uma ronda pelos principais serviços de atendimentos, da maior unidade sanitária da região norte do país, sobretudo no banco de socorros e pediatria, e constatou que os pacientes estão a ser atendidos por médicos militares e especialistas cubanos, alocados para fazer face a demanda.
Igualmente, outros sectores de actividades estão sendo suportados por auxiliares, situação que poderá colocar em causa a vida de milhares de pacientes, que procuram por cuidados médicos naquela unidade sanitária.
Dos mais de 170 médicos em exercício no Hospital Central de Nampula, apenas 50 não aderiram a greve e partes destes trabalham limitados sob pena de serem retirados da Associação dos Médicos de Moçambique.
Alguns pacientes entrevistados pela nossa reportagem lamentam a ausência dos médicos e apelam as partes em discórdia a encontrarem um meio-termo para a resolução do problema, quanto antes, com vista a salvar vidas humanas.
“Estou aqui desde 6 horas e agora são quase 11 horas. Não fui atendido, por causa desta greve. Gostaria de pedir a classe dos médicos e o governo para que negociem, porque são as nossas vidas que estão em jogo”, disse um paciente que não quis ser identificado.
Amina João, com seu filho doente, esta desde segunda-feira a frequentar ao HCN, sem êxitos, porque o médico que acompanha a evolução da doença do seu petiz encontra-se em greve.
Contudo, a nossa reportagem tentou ouvir a versão do HCN de Nampula, sem sucessos. A direcção do hospital recusou prestar qualquer informação a respeito da greve dos médicos, por orientações superiores.
Enquanto não houver consenso, a greve dos médicos vai prorrogar-se por um total de 21 dias nesta fase.
