A enorme procura pelos óculos escuros, por parte de doentes de conjuntivite hemorrágica, está a ditar, nos últimos dias, o aumento de preço de venda, na cidade de Nampula, uma das regiões afectadas pela doença.
Numa ronda efectuada pelo nosso jornal nos locais de venda daquele produto, usado para atenuar os efeitos de raios solares, constatamos que o preço de venda passou de 80 a 100 Meticais, para 150 a 200 Meticais, cada par.
Jaime Brito, vendedor ambulante de óculos, explicou que a subida do preço dos óculos tem a ver com o aumento do número de clientes, sobretudo por causa da propagação da conjuntivite hemorrágica.
O nosso interlocutor não quis revelar o preço de compra do produto no mercado grossista, para posterior revenda, mas assegurou-nos que, por dia, consegue comercializar mais de 15 pares de óculos.
“Normalmente eu vendo os óculos a 150 Meticais, para quem estiver muito interessado baixo o preço até o mínimo de 130 Meticais e daí não baixo mais” disse Brito.
Osório António, outro vendedor com quem conversamos, contou que antes da eclosão da conjuntivite, dedicava-se a venda de chinelos na rua, mas teve de mudar do ramo de negócio, quando viu que óculos estavam a dar dinheiro.
“Diariamente, consigo levar para casa mais de 500 Meticais de lucro, o que não conseguia quando vendia chinelos” -garantiu ao nosso jornal.
Márcio Gomes, um dos munícipes abordado pelo nosso jornal, foi da opinião que há especulação de preço, por parte dos vendedores informais, principalmente.
Entretanto as autoridades de saúde em Nampula esclarecem que o uso de óculos escuros, não significa de que o cidadão está protegido ou imune de contrair a conjuntivite hemorrágica, uma vez que a doença é transmitida através de contactos com uma pessoa infectada pelo adenovírus, ou mesmo água contaminada pelo vírus.
