Polícia impede marcha pacífica dos Estudantes da UniLúrio

Polícia impede marcha pacífica dos Estudantes da UniLúrio

Os Estudantes da Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Lúrio (UniLúrio), na cidade de Nampula, decidiram cancelar a marcha pacífica, que tinha sido prevista para ter lugar ontem, quinta-feira, para protestar contra a violação dos seus direitos, por terem sido impedidos e sofrido ameaçados pela Polícia da República de Moçambique (PRM).

Dados em nossa posse, partilhados pelos estudantes, indicam que a presença, logo pelas primeiras horas, de um forte aparato policial, na entrada principal do campus universitários da Universidade Lúrio, no bairro de Marrere, local onde funciona a reitoria, incluindo na Faculdade de Ciências de Saúde desta instituição pública, dissuadiu aos estudantes a desistirem da intenção.

O Presidente do Núcleo dos estudantes da Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Lúrio em Nampula, Xavier Felisberto Xavier, contou que recebeu ligações telefônicas de diferentes números e pessoas ligadas às autoridades policiais, impedindo a realização da manifestação no interior do campus da Universidade Lúrio, por sinal o local onde a marcha deveria desaguar.

Xavier disse ter estranhado as ameaças provenientes de alguns agentes da polícia com cargo de chefia, uma vez que, segundo avançou, a marcha seria realizada com o conhecimento prévio das autoridades policiais, segundo a Lei.

“Questionamos o motivo para perceber porque nos foi negado de manifestar, mas não tivemos uma explicação”, lamentou Xavier, reiterando de que o núcleo dos estudantes da faculdade de ciências de saúde não irá desistir.

A UniLúrio, segundo relatos dos estudantes, tornou-se nos últimos anos um centro de nepotismo, palco de casos de assédio sexual, corrupção material entre outros males, que estão afectar o processo de formação dos futuros médicos.

Na sua carta de convocação da marcha, o núcleo de estudantes explica que era objectivo protestar contra a falta de solução para os problemas que lhes apoquentam, relacionados com a paralisação de aulas e estágios clínicos, situação que se arrasta há cerca de cinco meses, alegadamente devido a falta de pagamento aos tutores.

Além dos problemas acima mencionados, os estudantes queixam-se igualmente de cobranças de propinas mensais sem que tenham tido aulas no tempo correspondente aos pagamentos, aplicação de multas exorbitantes e injustificadas, existência de várias disciplinas em atraso por falta de docentes para lecionar, privação de pautas por parte de alguns docentes em exercício, devido a falta de pagamentos dos ordenados, falta de material para aulas práticas nos laboratórios e clínicas da faculdade, existência de docentes com fraco domínio e qualificação para a cadeira leccionada, planos analíticos em uso  incompatíveis com o currículo do curso, campos de estágios incompatíveis para certas actividades lectivas.

A reitoria da UniLúrio continua no silêncio absoluto e não se pronunciou a respeito das reclamações dos estudantes.