Os hábitos de muitos residentes da cidade de Nampula, de transformar postos de transformação de electricidade (PTs), plantas, paredes de edifícios e espaços baldios em urinóis, devem-se à insuficiência e inoperância de sanitários públicos, situação que está a contribuir para a degradação do meio ambiente, principalmente no centro da urbe.
Este problema, que não é recente, tende a ganhar contornos alarmantes nos últimos tempos, ante o olhar cúmplice do conselho municipal.
Com efeito, os dois sanitários que funcionavam junto à entrada do Hospital Central de Nampula e outro situado fora do recinto da estação ferroviária da empresa CFM, que em algum momento tentavam responder à demanda, estão, neste momento, encerrados.
Por conta desta situação, os munícipes que frequentam o centro da cidade, em particular as mulheres que exploram o negócio de venda de comida confeccionada, são obrigados a usar as paredes dos edifícios onde estão instalados os PTs, as acácias, paredes de edifícios, para urinar.
Aliás, para quem quer tirar provas do que se passa, basta posicionar-se defronte do edifício onde funcionava o Banco de Moçambique, para contemplar o que acontece nas acácias, na parede de vedação da paróquia local ou na rua 3 de Fevereiro, para assistir ao atentado ao pudor que ocorre junto à parede de vedação da escola básica 25 de Junho, entre outros locais.
“Nós já estamos habituados a isso. Se não temos sanitários, onde é que vamos urinar? Não basta criticar-me, deves dizer ao Conselho Municipal para construir casas de banho, nós vamos pagar para usar”, disse um munícipe, chamado Tertuliano Alex.
Procurámos ouvir o vereador da Salubridade, Higiene e Gestão Funerária junto do Conselho Municipal local, mas tal não foi possível, pois fomos informados de que não estava disponível para falar.
Recorde-se que, em 2024, o atual edil da cidade de Nampula, Luís Giquira, anunciou, no dia 22 de agosto (dia da cidade), que seriam adquiridos sanitários móveis.
