Um total de 9.500 pessoas que padecem de HIV/SIDA em Nacala-Porto, na província de Nampula, abandonaram o tratamento com recurso aos Anti-Rretrovirais (TARV) no ano passado, facto que está merecer atenção do governo do distrito.
A administradora do distrito, Etelvina Fevereiro, revelou esses dados durante a cerimónia de entrega de 54 bicicletas a igual número de activistas, a quem instou a redobrar esforços no sentido de recuperar estes doentes para que voltem a fazer a medicação.
“Acreditamos que estes meios de transporte vão facilitar as visitas domiciliárias aos nossos doentes, para convencê-los a voltar a tomar os medicamentos”, frisou Fevereiro.
A dirigente apelou aos activistas para trabalharem na perspectiva de recuperar os doentes que já deixaram de tomar os medicamentos, um processo que passa pela demonstração de amor, amparo e incentivo.
A governante disse que os doentes não devem sentir a falta dos activistas, pois é necessário que estes ofereçam esperança relactivamente à doença que enfrentam e, por causa disso, vincou a necessidade de transmitir mensagens de encorajamento às comunidades.
Porém, Dulce Manuel, activista que exerce as suas actividades na comunidade de Muzuane, contou que o dia-a-dia da sua profissão não era fácil, devido à distância que a separa dos seus doentes, mas que, com o meio de transporte que recebeu, tudo correrá bem.
De acordo com o activista Flávio Florindo, não tem sido fácil trabalhar nas comunidades sem meios de transporte. O abandono da medicação acontece, em parte, devido à falta de incentivo.
Para Délia Sebastião, também activista, fazer activismo exige a superação de vários desafios. Lamentou o facto de alguns doentes, pura e simplesmente, declinarem de tomar os medicamentos, o que desvaloriza os esforços do governo e seus parceiros para melhorar as suas vidas.
Assegurou que, com o meio de transporte que recebeu, fará de tudo para incrementar as suas ações de persuasão e monitorização dos pacientes, quanto à necessidade e importância de tomar a medicação.
