O presidente do Conselho Empresarial Provincial de Nampula, Yunuss Gafar, apelou ao sector público para que este se posicione como parceiro do sector privado, e não como seu adversário, sublinhando que ambas as componentes partilham interesses comuns para o desenvolvimento económico da região e do país.
A declaração foi feita esta quarta-feira, durante a conferência MozExport Regional Norte da Zona de Comércio Livre Continental Africana, que decorreu na cidade de Nampula, sob iniciativa do Ministério da Economia e Finanças.
“Afinal, somos uma só componente, com interesses comuns. Não devemos dividir-nos. Este é um apelo para que saibamos usar esta plataforma para nos pronunciarmos, fazer recomendações e reforçar reputações”, afirmou Gafar na sua intervenção.
O líder empresarial também dirigiu palavras ao sector privado, instando-o a assumir-se como parceiro activo do Estado. “No fim de contas, não existe sector privado sem a componente administrativa, tal como não há administração que funcione sem o sector privado”, frisou.
Ainda no mesmo contexto, Yunuss Gafar manifestou expectativas de que a conferência venha a criar oportunidades concretas para a região norte, em particular para Nampula, e a impulsionar as trocas comerciais no continente africano no âmbito da zona de comércio livre.
Segundo o empresário, a província de Nampula possui vantagens estratégicas para o comércio regional, sobretudo por contar com o Porto de Nacala, descrito como um terminal de águas profundas, dinâmico, acessível e competitivo.
Contudo, advertiu para a necessidade de eliminar alguns entraves que ainda limitam o pleno aproveitamento desta infraestrutura, nomeadamente as elevadas taxas aduaneiras praticadas na terminal especial de contentores e o facto de o Porto de Nacala ser o único do país com este tipo de serviço.
Durante a sua intervenção, Gafar agradeceu ainda ao governo pela recente decisão de eliminar o monopólio na exportação de produtos como o feijão bóer, sublinhando que esta medida representa uma janela de oportunidade para que qualquer agente económico possa participar livremente no mercado de exportações, contribuindo para o crescimento das actividades actuais e futuras.
