Vendedores exigem intervenção da edilidade para revitalizar o Comauto

Vendedores exigem intervenção da edilidade para revitalizar o Comauto

Um grupo de vendedores do mercado Carrupeia, mais conhecido como Comauto, na cidade de Nampula, exige que o Conselho Municipal utilize os seus meios e autoridade para devolver ao recinto os operadores que o abandonaram e que, actualmente, expõem as suas mercadorias em locais impróprios, sobretudo ao longo das estradas.

A exigência foi apresentada na passada segunda-feira (15), durante a visita da chefe do posto administrativo urbano de Napipine, Abiba Miguel Assane Mussa, que se deslocou ao mercado com o objectivo de avaliar a situação actual e inteirar-se da forma como os vendedores exercem as suas actividades.

De banca em banca, os comerciantes relataram à responsável que as actividades no Comauto decorrem com inúmeras dificuldades, em especial devido ao abandono de grande parte dos operadores, que alegam procurar locais com maior movimento de clientes.

“Os clientes fugiram para a estrada e os vendedores seguiram-nos. Quem passa de carro, a pé ou de motorizada acaba por comprar lá. Aqui ficamos mal, até nos chamam nomes, dizem que somos feiticeiros por continuarmos neste espaço. Mas para onde iremos? Há muito espaço aqui, só falta organização”, desabafou Anastácia Arnaldo.

Outros comerciantes recordaram com nostalgia os tempos em que o mercado tinha maior movimento e em que o negócio corria bem, contrastando com a situação actual, em que os produtos permanecem nas bancas durante demasiado tempo sem compradores.

“Nós pagamos taxas todos os dias, mas saímos daqui quase sem nada no bolso. É doloroso ver o peixe e os legumes a estragarem-se na banca, enquanto lá na rua vendem tudo em poucas horas”, lamentou outro operador, de nome Samuel Lázaro. Acrescentou ainda que “o município só aparece para cobrar taxas, mas não nos dá condições. Se querem que paguemos, também devem garantir que todos vendam aqui dentro e não na estrada”.

Face a este cenário, muitos defendem que a solução passa pelo regresso dos operadores que abandonaram o mercado, por decisão do Conselho Municipal. Outros, contudo, sugerem a transferência do mercado para um novo espaço, considerado mais estratégico em termos de clientela.

Não obstante, a ideia mais aplaudida pelos vendedores foi a de mobilizar e obrigar os operadores a regressar ao recinto. Estes alertaram que, caso o problema não seja resolvido, poderão deixar de pagar as taxas diárias, alegando não conseguir fazer negócio enquanto os clientes continuarem a preferir comprar nas ruas, como acontece, por exemplo, na Rua Manuel Vieira, em frente à residência episcopal, onde a venda informal prolifera sem fiscalização.

Entretanto, Abiba Miguel Assane Mussa prometeu levar o pedido ao gabinete do presidente do Conselho Autárquico de Nampula, para que seja analisada uma solução num futuro próximo.