As Forças de Defesa e Segurança (FDS), na província de Nampula, tomaram recentemente uma base utilizada por grupos terroristas, localizada no posto administrativo do Lúrio, no distrito de Memba.
Trata-se de uma zona onde ocorrem algumas gemas, o que reforça a hipótese de que a ocupação da área tenha sido motivada pelo interesse em explorar esses recursos minerais.
“Não tenho agora o nome específico, mas posso disponibilizar dentro de momentos, incluindo as imagens, porque já não há nada a esconder. Coincidência ou não, em algumas dessas zonas ocorrem recursos minerais, ou há possível existência dos mesmos”, afirmou o governador Eduardo Abdula.
As informações foram avançadas ontem pelo governador da província de Nampula, durante uma conferência de imprensa realizada no âmbito da sua visita de trabalho ao distrito de Memba, que recentemente foi alvo de ataques perpetrados por grupos terroristas.
Além do assassinato bárbaro de várias pessoas e da destruição de habitações, a presença dos terroristas provocou o deslocamento de mais de 80 mil habitantes de Memba para distritos vizinhos.
Entretanto, os postos administrativos de Chipene e Mazua, considerados os mais afectados pelos ataques, começam agora a registar um movimento massivo de regresso da população que anteriormente havia abandonado essas zonas devido à insegurança.
O governador Abdula afirmou aos jornalistas que encontrou condições mínimas para acolher as famílias que estão a regressar. Acrescentou ainda que se deslocou a Memba com o objectivo de preparar a logística necessária para a recepção, prevista para hoje, terça-feira, de mais retornados.
Adicionalmente, revelou ter convocado uma reunião com representantes das Nações Unidas, Unicef, WFP e outros parceiros, a ter lugar no distrito de Erati, com o propósito de delinear a estratégia de apoio às famílias regressadas.
“Vamos, nesta reunião, decidir como será organizado o programa de transporte das pessoas que estão a regressar às suas casas”, observou Abdula, sublinhando que, embora o ambiente se apresente mais calmo, a situação de segurança ainda não está totalmente controlada pelas autoridades.
