Face à crise de transporte público de passageiros, originado pela greve dos transportadores que exploram as rotas urbanas da cidade de Nampula, que se arrasta desde segunda-feira, as pessoas têm recorrido às carrinhas de caixa aberta, vulgo “my love”, há muito em desuso nesta urbe.
Numa ronda efectuada pela nossa reportagem, em algumas paragens dos transportes semi-colectivos de passageiros, constatamos que à medida que a crise de transporte público se agudiza, mais “my loves” entram em acção, apesar de alguns deles não terem mínimas condições de segurança.
Porém, para salvaguardar a sua segurança, há ainda muitos citadinos que preferem continuar a percorrer longas distâncias a pé, para irem aos seus postos de trabalho e outros destinos.
Alberto dos Santos, professor da escola secundária de Mualhaco, diz que, com o acentuar da crise dos transportes públicos urbanos na cidade de Nampula, não tem como, senão optar pelas carrinhas “my love”, mesmo ciente de que não têm mínimas condições de segurança.
Acrescentou que, apesar de esses veículos apresentarem também más condições de conservação e outros riscos para a integridade física dos utentes, agradece muito, por estarem a dar resposta à demanda diante do cenário que se vive actualmente na cidade.
Contudo, a fonte diz estar a ficar mais agastado, quando sabe que a crise de transporte público é uma situação que, supostamente, carece de rápida intervenção das autoridades municipais.
Entretanto, o presidente da Assembleia Municipal da cidade de Nampula, Tertuliano Juma, não confirmou a recepção do documento com a proposta de revisão de tarifas remetido pela Associação dos Transportadores Rodoviários de Nampula (ASTRA).
“Ainda não recebemos esse documento, o que acontece é ele tem que ser devidamente adaptado para ser discutido em sessão da Assembleia Municipal, e espero que o Conselho municipal tenha feito isso, faltando apenas o envio”-explicou Juma.
No entanto, confirmou a realização de uma sessão ordinária da assembleia municipal na próxima terça-feira, mas descartou a possibilidade de a sessão discutir o assunto, a não ser que se façam alguns “arranjos” antes do final desta semana para flexibilizar o debate da matéria.
De referir que o governo da província de Nampula já disse que espera que a solução da paralisação dos transportes semi colectivos de passageiros, seja o mais rápida possível, para aliviar o sofrimento da população.
Contudo, o executivo espera que a decisão final, que será dada pela Assembleia Municipal, salvaguarde os interesses e expectativas dos transportadores, e que os valores a serem estipulados não estejam acima das capacidades e rendimentos da população.
Por seu lado, os operadores dos transportes semi colectivos de passageiros dizem que desta vez não vão retomar as suas actividades enquanto não forem satisfeitas as suas reivindicações, por alegadamente a actual tarifa ser insustentável face ao aumento sucessivo de preços dos combustíveis no país.
