Nampula corre contra o tempo para evitar crise alimentar nos deslocados

Nampula corre contra o tempo para evitar crise alimentar nos deslocados

O Programa Mundial para a Alimentação (PMA) anunciou, semana passada, a suspensão do apoio alimentar aos pouco mais de um milhão de deslocados de guerra de Cabo Delgado e as respectivas comunidades acolhedoras, durante este mês de Fevereiro, em Nampula e Niassa, devido a falta de fundos para suportar a iniciativa.

Esta interrupção, segundo a Directora Nacional e representante do PMA em Moçambique, Antonella D’Aprile, vai se fazer sentir apenas em Fevereiro, pois em Março já há planos da retoma com o apoio dos Estados Unidos da América

Face a este anúncio, o delegado do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), em Nampula, Alberto Armando, assegurou que o governo está a trabalhar na mobilização de outros parceiros, no sentido de evitar possível crise alimentar no seio das famílias dos deslocados.

A garantia foi dada ontem, terça-feira, no âmbito da visita do secretário do Estado na Província de Nampula, Jaime Neto, ao INGD, para poder se inteirar da situação actual da província face ao período chuvoso.

“Assim que recebemos o anúncio, começamos com a mobilização de apoios, através de demais actores, de modo que os grupos mais vulneráveis não fiquem prejudicados por causa dessa situação” – disse Armando, para depois assegurar que, neste momento, já existe uma planificação para a assistência neste mês.

No que concerne a prestação de apoio às famílias afectadas pelas chuvas na presente época, Armando assegurou a canalização e posicionamento de cerca de 18 toneladas de produtos alimentares, aos distritos com problemas de acesso.

Importa referir que, as chuvas intensas acompanhadas por ventos fortes, que caem nos últimos tempos em Nampula, já vitimaram pelo menos oito pessoas e feriu grave e ligeiramente outras oito, nos distritos de Angoche, Monapo, Larde e Cidade de Nampula.

Para além de mortes e feridos, elas deixam mais de 7 mil pessoas ao relento, o correspondente a 1.464 famílias, devido a destruição parcial e total das suas habitações, na sua maioria de construção precária.