Polícias Municipais de Nacala-Porto acusados de burla

Polícias Municipais de Nacala-Porto acusados de burla

Alguns membros da Polícia Municipal e Fiscalização no Conselho Autárquico de Nacala, província de Nampula, estão a ser acusados de burla pelos proprietários de motorizadas que não regularizaram os documentos dos seus meios circulantes junto da edilidade.

Nos primeiros meses de cada ano, ou seja, de Janeiro a Março, o município de Nacala faz a cobrança de taxas referentes a licença de motorizada, Imposto Pessoal Autárquico, Livrete de circulação, entre outros documentos.

No mesmo período, os membros da Polícia Municipal e de Fiscalização são confiados para fiscalizar a situação de cada munícipe e nesse exercício, são interpelados os proprietários de algumas motorizadas na situação irregular.

Para evitar a apreensão da motorizada, os munícipes são submetidos a actos de extorsão e burla. Os valores de suborno variam entre 200 a 500 meticais, dependendo da situação. Há condutores de motorizadas que ainda não renovaram os documentos e outros nunca regularizaram.

Os cidadãos que denunciaram os actos de burla junto do Wamphula Fax, disseram que os membros da Polícia Municipal fazem ameaças no sentido de obrigar o pagamento do “refresco” sob o risco de nunca mais voltar a ter acesso a motorizada em casos de apreensão.

O cidadão João de Castro, de 28 anos de idade, diz que é uma das vítimas que pagou 300 meticais, sendo que depois dessa experiência amarga fez o mapeamento das posições dos membros da Polícia Municipal para evitar cair nas suas malhas.

Bernardo José Buanamade, de 31 anos de idade, sofreu uma burla no valor de 200 meticais para evitar a apreensão da sua motorizada.

O porta-voz do Conselho Autárquico de Nacala, Arlindo Chissale, disse que a instituição se distancia de todos os actos de burla e de extorsão protagonizados pelos membros da Polícia Municipal, pois as cobranças são feitas na secretaria geral.

Explicou que os primeiros três meses do ano servem para sensibilizar os munícipes para pagarem as taxas de forma voluntária e que só depois disso, é que decorre a fiscalização coerciva.

A fonte exorta aos cidadãos para denunciar qualquer tipo de exigência de valor em troca de favor por parte dos membros da Polícia Municipal.