Contra todos os argumentos do Conselho Autárquico da cidade de Nampula, já impotente, os vendedores informais estão de volta aos passeios das ruas e avenidas da cidade de Nampula, e desta vez de forma massiva, pois o encerramento do mercado dos Bombeiros precipitou, ainda mais, esta situação, que está a embaraçar e condicionar a circulação de peões naqueles espaços.
Segundo ficou a saber o nosso jornal, a proliferação dos informais resulta do encerramento do mercado que funcionava no recinto da então feira da Organização da Juventude de Moçambique (OJM), vulgarmente chamado por “mercado dos Bombeiros”, que albergava, para além de nacionais, cidadãos de nacionalidade estrangeira, que se dedicavam à venda de diversos produtos como vestuário, calçado, eletrodomésticos, material de construção civil, entre outros.
A situação verifica-se, com maior incidência, nas avenidas Paulo Samuel Kankhomba e Eduardo Mondlane, bem como na rua Daniel Napatima, 3 de Fevereiro, Barnabé Tame e Continuadores.
Angélica Pereira, residente no bairro de Muhala-expansão, é da opinião que o retorno dos informais tem origem no aparente relaxamento dos agentes afectos a vereação da Polícia Municipal e Fiscalização de Nampula.
“Esta ocupação dos passeios está a violar o código das posturas do Conselho Municipal da cidade, o que é mau”, destacou Pereira.
A fonte disse que existem mercados sob gestão municipal, com espaços livres, ao nível dos bairros da cidade, daí que não entende a razão dos vendedores insistirem em se manterem nos passeios das ruas e avenidas.
Basílio Bernardo, outro munícipe residente no bairro de Namutequeliua, disse que por causa da ocupação dos passeios, para exposição e venda de diversos artigos, as pessoas são obrigadas a circular nas faixas de rodagem, com todos os riscos que daí podem advirem.
“Nós como munícipes temos receio de circular nos passeios da nossa cidade, porque assim que passarmos por cima de um determinado artigo, somos obrigados a pagar e levar o artigo e isso é chantagem”, lamentou Bernardo.
Os nossos entrevistados receiam que, agora que se aproxima o pleito eleitoral de 11 de Outubro a edilidade não tenha “forças” para impor a lei, mas pedem ao Conselho Municipal da Cidade de Nampula, no sentido de accionar os mecanismos previstos pela lei, para a retirada urgente dos vendedores informais ao longo de todas as ruas e avenidas da cidade.
“O facto de o mercado dos Bombeiros ter sido encerrado, não significa que os passeios devem ser transformados em montras”, observou Laura Afonso, munícipe moradora do bairro de Muahivire.
Entretanto, os vendedores informais disseram que estão a ocupar os passeios de ruas e avenidas da cidade de Nampula, por serem, alegadamente, espaços onde a clientela demanda pelos seus produtos.
O Wamphula fax, procurou, mas sem sucesso, ouvir o pronunciamento do vereador do pelouro da Polícia Municipal e de Fiscalização, sobre este assunto.
