Nos mercados da cidade de Nampula, sobretudo aqueles que se localizam próximo da linha férrea do corredor de Nacala, alguns cidadãos, na sua maioria vendedores, têm vindo a praticar o fecalismo a céu aberto, uma atitude que periga a saúde pública numa altura em que a época chuvosa já iniciou.
Segundo informações apuradas pelo Wamphula Fax, os vendedores dos mercados, por falta de sanitários, recorrem a linha férrea, bermas das estradas e locais de depósito de lixo, para satisfazer as suas necessidades biológicas, facto que propicia o aumento de casos de doenças hídricas nas comunidades das redondezas.
Jaime Agostinho, de 26 anos de idade, vendedor de tomate no “ mercado grossista de waresta”, ciente dos riscos de saúde daí decorrentes, explicou ao nosso jornal que a situação do fecalismo a céu aberto naquele mercado é recorrente e deve-se a falta de sanitários públicos.
“Para fazer necessidade nesse mercado é um desafio muito grande. Temos que recorrer a linha férrea ou nos locais de depósito de lixo em pleno dia. Corremos o risco de contrair doenças e mesmo transmitir aos nossos clientes”, explicou.
Abdul, vendedor de água também no mercado de Waresta, contou ao nosso jornal que para urinar recorre as bermas das estradas ou muro de vedação da linha férrea bem próximo do local de venda de varios produtos de consumo imediato.
“Tenho urinado nas extremidades das estradas ou nos muros de vedação da linha férrea aí perto, porque não tenho dinheiro para pagar casas de banho privada que custa 10 a 20 meticais o que é meu lucro diário”, revelou.
Maria José, de 30 anos de idade, residente no bairro de Carrupeia próximo do mercado da cavalaria, que fica também próximo da linha férrea, revelou que, devido ao fecalismo a céu aberto quando chega a época chuvosa a sua família tem sofrido casos de diarreias, por conta do escoamento das águas pluviais que passam pela sua residência.
“Por causa dos vendedores que defecam em locais impróprios quando chove a água que escoa aqui no bairro é muito suja eu e meus filhos temos sofrido esse dilema”, contou.
Entretanto, a nossa equipe de reportagem tentou sem sucesso ouvir o Conselho Municipal da cidade de Nampula sobre o assunto, porque, nos últimos dias, Paulo Vahanle tem declinado prestar qualquer depoimento em volta do município.