Terminou nesta terça-feira, a prisão domiciliária do Presidente do Conselho Autárquico de Nacala, Raúl Novinte. Como seu primeiro acto de homem livre, ele reuniu com os membros e os simpatizantes da Renamo para denunciar que foi totalmente abandonado pela liderança máxima do seu partido.
O edil estava a cumprir prisão domiciliária em cumprimento das ordens do tribunal, pois foi acusado pelo Ministério Público de incitamento à violência e terrorismo urbano, que culminou com o incêndio de algumas salas de aulas na EPC de Murrupelane, um dos locais que acolheu a repetição das eleições autárquicas, no dia 10 de Dezembro de 2023.
No entanto, depois de cumprir o período estabelecido de 30 dias, Novinte dirigiu-se a sede do partido Renamo para interagir com os membros e simpatizantes daquela formação política. Na sua interação com os membros e simpatizantes da Renamo, Novinte expressou a sua gratidão aos cidadãos e munícipes de Nacala pelo apoio incondicional que tteve durante o período que permaneceu em prisão domiciliária.
Explicou que a sua detenção aconteceu porque a Frelimo não gosta de ouvir a verdade, e, para intimidar os cidadãos que falam a verdade usa os órgãos de administração da Justiça e os profissionais de outras instituições do Estado para intimidar.
Referiu que um país que se presa democrático não devia funcionar assim, porque um tribunal não pode pertencer a um partido. Muito menos a PRM não deve receber ordens de uma formação política. Trata-se de situações que perigam o desenvolvimento de uma nação.
“Somos proibidos de falar. Dizem que não podemos questionar. Isso não é democracia, pois é importante interrogar. Até dentro do nosso partido Renamo não há democracia”, afirmou.
Novinte recorreu as palavras que constam nas Sagradas Escrituras para explicar a essência de um líder, cuja missão é de defender os interesses dos seus liderados e não de objectivos individuais.
Por causa dessa realidade, aquele dirigente manifestou-se desapontado pelo comportamento demonstrado pelo presidente da Renamo, Ossufo Momade, e a delegada política provincial, Abiba Abá, que não se dignaram em consolar o seu membro que estava em conflito com a lei.
“Estava em prisão domiciliária. Lamento porque não recebi chamada de conforto do presidente Ossufo Momade e muito menos da delegada provincial, Abiba Abá. Fiquei sozinho com o povo de Nacala a marchar pelas ruas da cidade”, acrescentou Novinte, deixando transparecer a insensibilidade dos líderes do seu partido.
Indicou que essa atitude é de um líder que abandou o seu povo. Um líder que não se interessa pela dignidade dos seus liderados, facto que fragiliza os esforços colectivos.
