Conjuntivite hemorrágica vira problema de saúde pública em Nampula

Conjuntivite hemorrágica vira problema de saúde pública em Nampula

Os serviços de oftalmologia no Hospital Central de Nampula (HCN) têm vindo a registar, nos últimos dias, um aumento significativo de pacientes com problemas de conjuntivite hemorrágica, atingindo uma média diária de 100 pacientes, um surto que já ataca fortemente a província vizinha de Cabo Delgado e tende a alastrar-se para outras províncias do país.

Segundo apuramos, só na semana passada, o HCN registou o pico de entradas, desde o início do surto desta doença, chegando a receber em média diária, cerca de quatro vezes mais o número de infectados com relação a média de 30 a 40 reportados no início da enfermidade.

Aliás, estes números referem-se somente aos pacientes que procuram cuidados naquela unidade hospitalar, excluindo-se aqueles que vão a outras unidades sanitárias da província bem como a maioria que não vai ao hospital por consegue auto medicar-se ou porque não tem recursos e fica em casa.

Sancho Chivinde, optometrista do HCN, revelou a imprensa que, desde a eclosão da doença, aquele hospital recebeu e atendeu, até a passada sexta-feira, pouco mais de 1220 pacientes, oriundos de diferentes pontos da província de Nampula.

Chivinde referiu os bairros de Namicopo, Namutequeliua, Muahivire e Muhala e distritos de Mogovolas, Angoche, Ilha de Moçambique e Monapo como sendo os que mais casos registam, sendo que a doença afecta toda faixa etária, desde crianças, jovens e adultos.

Explicou que, por conta da avalanche dos pacientes, o departamento de oftalmologia suspendeu as consultas externas e as cirurgias electivas, para evitar a propagação da doença aos demais doentes com outras patologias oculares.

A fonte revelou que, uma das causas que propicia para o aumento de conjuntivite hemorrágica aguda em Nampula, prende-se com incumprimento das recomendações do ministério da saúde, sobre a prática de higiene individual e colectiva. 

“Acreditamos que, maior número de casos tem a ver com a negligência da própria população, porque ignoram todas as medidas de higiene e segurança, chegando a fazer automedicação”, frisou.

O nosso interlocutor fez saber que, o ministério de saúde ainda não dispõe de medicamento apropriado para a cura desta enfermidade acrescentando que o sector desaconselha o uso de fármacos sem a prescrição médica.

Contudo, assegurou que, o sector de saúde junto das autoridades comunitárias tem vindo a levar a cabo mensagens de persuasão as comunidades sobre a prática de higiene individual e coletiva com vista a estancar esta doença que coloca em causa a saúde pública.