Nampula recebe investimento para produzir e processar milho amarelo

Nampula recebe investimento para produzir e processar milho amarelo

Mais de 400 mil dólares americanos serão aplicados, nos próximos tempos, nos distritos de Mecuburi e Malema, na província de Nampula, na produção e processamento de milho amarelo, considerado de grande valor nutricional quando comparado com o branco, no âmbito do reforço da capacidade de resiliência das famílias, nas áreas de produção de matéria-prima, segurança alimentar e melhoria do estado nutricional das mulheres, raparigas, adolescentes e crianças.

Para o efeito, a “Feed the Future-Resiliência” (FTF Resina) e a “Green Agro Commodities” assinaram na sexta-feira passada, na cidade de Nampula, um contrato de concessão do valor acima mencionado para garantir a produção, processamento e consumo da farinha e do milho amarelo.

O projecto FTF RESINA, Integrado na Nutrição da Agricultura, implementado pela CD/VOCA, IDE, ideiaLab e parceiros locais, e financiado pela USAID, tem o objectivo de aumentar a resiliência dos pequenos agricultores e famílias rurais através da implementação de uma abordagem de sistemas alimentares locais centradas na agricultura, que integra a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, com foco na inovação para a melhoria da nutrição.

O especialista em sistemas alimentares e nutrição do FTF RESINA, João Júnior, afirmou que os resultados dessa parceria vão ajudar em grande medida na redução da prevalência da insegurança alimentar, principalmente entre mulheres e crianças, através da melhoria da dieta alimentar.

Por seu turno, o director-geral da fábrica “Green Agro Commodities”, Termo Almeida, disse que a parceria permitirá às comunidades aumentar a produção do milho amarelo para o seu consumo.

“Por que milho amarelo? Porque esta variedade possui maior valor nutricional do que a branca. A nossa intenção é fazer com que as pessoas consumam este produto; para o efeito, a nossa organização vai fomentar esta variedade através da alocação de sementes melhoradas às comunidades, assistência técnica para garantir a produção e produtividade, e compra do produto a preços aceitáveis, como forma de incentivá-las a produzir e consumir cada vez mais este tipo de milho”, garantiu Almeida.

A desnutrição crônica é um problema grave em Moçambique, cujos impactos se reflectem na saúde das comunidades e no desenvolvimento socio-económico. De acordo com os últimos dados do IDS 2022, no país, 37% das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição crónica.

Grande parte dos afectados pelo problema está nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Zambézia, onde igualmente 52% das mulheres, dos 15 aos 59 anos, sofrem de algum tipo de anemia.