O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), em Nampula, identificou como um dos principais desafios actuais o desenvolvimento de pesquisas para gerar as novas variedades de sementes de culturas alimentares de ciclo médio, resilientes a pragas e mudanças climáticas. Esta informação foi revelada ontem pelo delegado da instituição, António Chamuene.
Chamuene compartilhou essas informações durante o “Dia Aberto do IIAM-2024”, realizado na cidade de Nampula sob o lema “IIAM: Realizando Pesquisa Agrária para a Transformação Rural”.
O evento teve como objectivo avaliar o desempenho institucional no ano corrente e explorar mecanismos e estratégias para aumentar a capacidade de resposta às necessidades dos produtores, oferecendo tecnologias agrárias adequadas para diversas regiões agroecológicas.
“O objectivo geral deste evento foi compartilhar com o público as linhas estratégicas do IIAM, os resultados e produtos das pesquisas agrárias. Queremos reflectir sobre a contribuição dos programas de pesquisa do IIAM, tanto no passado quanto no presente e futuro, divulgar os serviços prestados, avaliar as actividades desenvolvidas pelos centros especializados e promover a transferência de tecnologias e outros produtos para o público”, afirmou Chamuene.
Segundo Chamuene, o foco em identificar sementes de culturas alimentares de ciclo médio se deve ao facto de que essas variedades ajudam a reduzir o tempo de exposição a doenças e pragas no campo. Outro desafio significativo, para o sector, é continuar a parceria com empresas ligadas ao fomento, para garantir que a população tenha acesso a sementes certificadas. Isso é crucial, visto que grande parte do material utilizado pelos produtores não é de boa qualidade, devido à fraca capacidade financeira para a aquisição de sementes de qualidade.
“Actualmente, estamos a trabalhar com os parceiros como a FTF RESINA. Esta organização vai colaborar com as empresas nos distritos, onde ocorrerá a produção e disponibilização das sementes do IIAM, além de oferecer treinamento. Mesmo as sementes produtivas precisam ser acompanhadas por pacotes tecnológicos, que incluem correcção do solo, espaçamento, controle de pragas e doenças, e maneio adequado, para mitigar os danos em campo e fornecer recomendações técnicas”, destacou Chamuene.
Para demonstrar a capacidade produtiva do material recentemente liberado pela instituição, a fonte mencionou que a semente de gergelim recém-lançada pode produzir 1500 quilogramas por hectare, em comparação com os 500 a 600 quilogramas das sementes anteriores.
O IIAM é uma instituição pública subordinada ao Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), com o objectivo de gerar conhecimento e soluções tecnológicas para o desenvolvimento sustentável do agro-negócio e a segurança alimentar.