Na cidade de Nampula, tem aumentado nos últimos dias o número de pessoas que, durante o dia, ocupam as margens da linha férrea, que atravessa o centro da cidade, em algumas secções, para a venda de produtos diversos, situação que coloca em risco as suas vidas, incluindo as dos compradores.
Numa ronda efectuada pelo Wamphula-Fax, constatámos que a situação é mais grave junto à passagem de nível de comboios, localizada no acesso ao mercado grossista de Waresta e na zona da padaria Sipal, sem descurar outros locais, apesar dos apelos e campanhas levadas a cabo pela empresa Nacala Logistics, que explora a via férrea, devido ao risco de acidentes ferroviários.
Alguns agentes de segurança privada, colocados junto dos locais acima mencionados para desencorajar a sua ocupação, são acusados de estar a “fechar os olhos” às arbitrariedades, a troco de valores monetários.
Alguns vendedores entrevistados pelo nosso jornal disseram que têm noção do risco de vida que correm, mas “refugiaram-se” na suposta necessidade de garantir a subsistência das suas famílias.
“Chefe, se estamos aqui é por causa do movimento de clientes. Quando estamos em outros sítios, não conseguimos vender nada, mas aqui sim. Sabemos que corremos o perigo de ser atropelados por um comboio, estamos preparados”, disse Miguel Zacarias.
Rafael Buanamade, outro vendedor interpelado pelo nosso jornal, também alegou que o seu negócio tem maior fluência quando ele vende naquele local.
“Já tentei vender no interior do mercado, mas não consegui nada, por isso, decidi sair. Aqui consigo vender e voltar a casa com algumas moedas. Atenção, não estou a dizer que sou imortal, mas, enfim, é a vida, precisamos fazer alguns sacrifícios”, disse Buanamade.
Por sua vez, Jamal Dias sugeriu a necessidade de a Nacala Logistics promover campanhas permanentes de sensibilização das pessoas, para que deixem de usar estes locais impróprios para desenvolver as suas atividades comerciais.
