A Direcção Provincial de Saúde (DPS) de Nampula está a reforçar a colaboração com as lideranças comunitárias da vila de Nametil, no distrito de Mogovolas, com o objectivo de travar a disseminação de informações falsas sobre a origem da cólera. Algumas mensagens postas a circular nas comunidades acusam falsamente os profissionais de saúde de estarem a fabricar e propagar a doença.
De acordo com a directora provincial de Saúde, Selma Xavier, essas alegações carecem de qualquer fundamento científico.
“A cólera é conhecida como a ‘doença das mãos sujas’, por estar directamente ligada à falta de higiene. A sua transmissão deve-se, sobretudo, ao consumo de água ou alimentos contaminados. É completamente falso que esteja a ser fabricada e espalhada pelos profissionais de saúde”, esclareceu.
Falando esta segunda-feira à imprensa, em Nametil, Xavier referiu que a DPS está a trabalhar com lideranças religiosas e comunitárias para reforçar as mensagens de prevenção e combater a desinformação que circula entre a população.
“Sabemos que, para fazer o acompanhamento eficaz dos casos de cólera, é essencial termos a colaboração das comunidades. Sem essa cooperação, o controlo da doença torna-se muito difícil”, alertou.
Graças à estabilização da situação em Mogovolas, foi possível reabrir o Centro de Saúde de Nametil-sede, que, tal como outras duas unidades sanitárias, tinha sido encerrado temporariamente devido à violência motivada por rumores infundados.
Contudo, a directora lamentou que a desinformação esteja agora a ganhar força nos distritos de Angoche e Murrupula.
Cinco distritos da província continuam a registar casos de cólera: Mogovolas, Nampula, Murrupula, Angoche e Larde. Segundo dados da DPS, desde o início do surto já foram notificados 2.822 casos, que resultaram em 39 óbitos.
