A recuperação do projecto de construção de uma estrada alternativa que ligue o bairro de Napipine ao mercado grossista do Waresta, no posto administrativo de Natikiri, é apontada, mais uma vez, como uma medida viável para reduzir o congestionamento crónico da Avenida do Trabalho, sobretudo durante as horas de ponta.
A Avenida do Trabalho regista longas filas de viaturas entre as 7h e 9h da manhã e entre as 15h e 17h da tarde. Este cenário resulta, por um lado, do aumento significativo do parque automóvel da cidade e, por outro, do facto de a avenida integrar o traçado da Estrada Nacional Número Um (EN1), o que a torna um dos principais eixos rodoviários da urbe.
Face a este desafio, o vereador do pelouro de Urbanização do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Stefan Marcelino, anunciou que o Executivo municipal continua a considerar prioritária a concretização da estrada que parte da zona do viaduto, no centro da cidade, e atravessa diversos pontos estratégicos até à Universidade Politécnica, passando pelo mercado Waresta.
Segundo detalhou, o traçado incluiria ainda a zona da central eléctrica, no bairro de Mutauanha, a rua de Moma e o prolongamento da Avenida Eduardo Mondlane, nas imediações do hotel Mlénio.
Como alternativa adicional, Stefan defendeu também a possibilidade de se converterem as duas faixas de rodagem da Avenida do Trabalho, actualmente com sentidos opostos, numa via de sentido único, medida que — segundo os estudos já realizados — poderá trazer ganhos relevantes para a fluidez do tráfego.
As declarações foram feitas na passada sexta-feira, durante um encontro multissectorial convocado e orientado pelo governador da província de Nampula, Eduardo Abdula. A reunião visava delinear estratégias para a abertura de vias alternativas com o objectivo de aliviar o tráfego na EN1 e contou com a participação de representantes da Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações, da Administração Nacional de Estradas (ANE), do INATRO, da Associação dos Transportadores Rodoviários (ASTRA), da PRM, entre outros sectores envolvidos.
Durante o mesmo encontro, Joaquim Tomás, director provincial dos Transportes e Comunicações, sublinhou que o crescimento do número de viaturas na cidade exige respostas concretas e urgentes. Uma dessas respostas, referiu, poderia passar pela criação de uma nova estrada que parta da zona vulgarmente conhecida como “Madalena Maluca” até à subestação da EN1, atravessando o mercado “Trin-trin”.
“A criação de vias alternativas ajudaria, sem dúvida, no escoamento de produtos e melhoraria a mobilidade dos utentes da cidade”, defendeu.
Na mesma ocasião, o governador Eduardo Abdula desafiou o sector dos Transportes e Comunicações a reforçar a articulação com os órgãos municipais e distritais, de modo a encontrar soluções eficazes para os graves problemas de mobilidade urbana que afligem a cidade.
O governante reiterou ainda a importância de se promover formação contínua para os condutores e de aplicar, com rigor, o Código da Estrada, como forma de garantir disciplina na via pública e maior segurança para todos os cidadãos.
Entretanto, vários munícipes ouvidos pelo Wamphula-Fax saudaram a ideia da construção de novas vias. Por exemplo, Muassite Ussene, morador do bairro de Natikiri, zona de Mualhaco, lamentou os constrangimentos enfrentados nas horas de ponta e apontou os camiões de grande porte como um dos principais causadores do problema.
“Esses camiões grandes, como os Freightliner, quando estão a descarregar mercadoria, fazem manobras que ocupam toda a estrada e impedem a passagem de outros veículos. Isso contribui muito para os engarrafamentos”, afirmou.
A cidade de Nampula continua, assim, à procura de soluções sustentáveis para um problema que afecta diariamente milhares de pessoas, e a construção de vias alternativas volta a figurar como uma aposta essencial no caminho para uma mobilidade mais eficiente e segura.
