A província de Nampula registou, de Janeiro até ao momento, a morte de 1.400 pessoas vítimas de HIV/SIDA, num universo de 240 mil doentes em tratamento.
No mesmo período do ano passado tinham sido contabilizadas cerca de 2.000 mortes, segundo dados avançados esta segunda-feira, na capital provincial, pelo supervisor do Programa de Combate ao HIV/SIDA no Departamento de Assistência Médica do Serviço Provincial de Saúde, Félix.
Falando por ocasião do Dia Mundial de Luta contra o HIV/SIDA, Félix lamentou o elevado número de óbitos, mas destacou a redução registada, que atribui ao impacto positivo das acções de expansão e melhoria dos serviços de assistência prestados aos pacientes.
No que diz respeito à taxa de retenção, o supervisor explicou que esta continua bastante inconstante e irregular. Acrescentou que a taxa de abandono geral ao tratamento varia entre 20% e 30%.
“Infelizmente, continuamos a confrontar-nos com casos de abandono de tratamento devido a oscilações na disponibilidade e oferta de cuidados em cerca de 30 unidades sanitárias, no período entre Janeiro e Março deste ano. Essa instabilidade dificultou a adesão contínua dos pacientes ao tratamento”, afirmou Félix.
Manifestou igualmente preocupação pelo facto de todas as unidades sanitárias do distrito de Memba, bem como parte das de Eráti, estarem actualmente encerradas devido aos ataques de grupos terroristas, situação que tem agravado as dificuldades dos doentes de HIV/SIDA.
Ainda assim, garantiu que o sector da Saúde está a intensificar a criação de brigadas móveis, com vista a assegurar que os pacientes continuem a ter acesso aos serviços essenciais.
Relativamente às novas infecções, o responsável referiu que a província continua a registar um número elevado de casos, sobretudo entre crianças, adolescentes e jovens dos 10 aos 24 anos, embora não tenha apresentado dados estatísticos para contextualizar a dimensão do problema.
Por seu turno, o Secretário de Estado na província de Nampula, Plácido Pereira, que dirigiu a cerimónia, apelou a todos os intervenientes na resposta ao HIV/SIDA para reforçarem as acções de sensibilização, particularmente dirigidas a jovens e adolescentes, sobre a necessidade de adoptar rigorosamente medidas de prevenção de novas infecções.
Pereira reiterou ainda os seus agradecimentos a todos os que, individualmente, contribuem para o sucesso da resposta ao HIV/SIDA, desencorajando, ao mesmo tempo, actos de estigmatização e discriminação.
