Certas famílias residentes nas comunidades do distrito de Monapo, em Nampula, consomem capim, devido a falta de alimentos, situação agudizada pela falta de produção agrária, devido a escassez das chuvas nas últimas duas campanhas agrárias.
O capim consumido por algumas famílias naquele distrito não apresenta nenhum valor nutritivo, facto que faz com que as pessoas corram sérios riscos de saúde. Entretanto, o governo distrital anunciou que está a criar condições para disponibilizar apoio alimentar às famílias carenciadas.
Américo Adamugy, administrador do distrito de Monapo, garantiu que o Governo local em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) está a fazer o levantamento do número real das famílias afectadas pela crise de alimentos naquela região da província de Nampula.
Refira-se que, foi a Associação Okhalihana de Itoculo, que funciona no posto administrativo com o mesmo nome, que despoletou a situação da crise alimentar em Monapo, porém, a nossa reportagem soube que a situação afecta quase todos os distritos.
Fidel da Silva Abdala, membro daquele movimento associativo, disse que a agremiação já visitou perto de trinta famílias das localidades de Itoculo-sede e Namiro para se solidarizar com elas.
Os afectados pela crise alimentar identificaram um tipo de capim designado por “Namuhequereque” para sustentar as respectivas famílias. Eles dizem que os seus antepassados é que ensinaram aquele tipo de capim e outras ervas desconhecidas, que se consomem em tempos de crise alimentar, porque a experiência está a ser repetida.
A fonte explicou-nos que a região foi fustigada pela seca severa. Nesta campanha agrícola, os camponeses lançaram a semente três vezes, mas sem sucesso, ou seja, a semente não germinou.
Neste momento, os camponeses enfrentam duas situações: a crise alimentar e a falta de sementes para aproveitar a segunda época agrícola.
