O acesso à água potável fornecida pelo Pequeno Sistema, recentemente inaugurado, no posto administrativo de Alua, em Eráti, província de Nampula, constitui privilégio de alguns, em detrimento de maior parte da população, situação que deriva de alegada prática de taxas exorbitantes, por parte do gestor da infraestrutura, queixam-se os residentes da região.
Segundo informações disponíveis, o acordo inicial de pagamento estava fixado em 300 meticais/mês, para o caso das famílias sem contador, enquanto para os clientes com contadores seria mediante o cálculo médio de consumo.
Acontece, porém, segundo disseram os populares, o gestor suspendeu o acordo e passou a exigir valores que variam entre 800 e 1000 meticais.
Tal situação gerou o “braço de ferro” entre os consumidores e o gestor, pois os administradores dos sistemas dizem que estão a cobrar valores altos para compensar as despesas relativas aos trabalhos de manutenção, facto que não encontra consensos ao nível das comunidades locais.
O director dos Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estruturas de Eráti, Arnaldo Namahura, explicou que o gestor reconhece a sua incapacidade na gestão dos dois sistemas e solicitou a rescisão de contrato junto da Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação e, neste momento, o governo de Eráti está a trabalhar no sentido de identificar outro gestor para dinamizar o fornecimento de água.
Namahura disse que o gestor também controla um outro pequeno sistema de abastecimento de água, desta feita de Namiroa, onde se registam os mesmos problemas de elevados preços de pagamentos de consumo do precioso líquido.
Face a essa situação, as populações daquelas regiões sugerem que a gestão dos dois sistemas seja feita por um agente local, que supostamente percebe a matéria e as dificuldades que as populações enfrentam para terem acesso à água.
Entretanto, Mety Gondola, que visitou o distrito de Eráti há dias, se mostrou preocupado com o facto de se estar a desperdiçar o investimento do governo, na perspectiva de resolver o problema de falta de acesso à água naquelas zonas, tendo em conta que esses sistemas deviam beneficiar mais de 24 famílias, mas está a abranger só 225 clientes, correspondente a 10% da capacidade instalada.
