Os empresários da cidade de Nacala-Porto, na província de Nampula, estão a enfrentar uma crise de contentores vazios, para garantir a exportação de diferentes produtos a partir do porto local. A situação, segundo soube a nossa reportagem, tem a ver com a conjuntura internacional provocada pela pandemia da Covid-19.
Numa reunião havida ontem, quarta-feira, entre os despachantes aduaneiros e a administradora daquela divisão administrativa, Etelvina Fevereiro, as partes alinharam algumas ideias para solucionar o problema, que está afectar o negócio de muitos agentes económicos sediados naquela região.
Na ocasião, o empresário Pedro Tualufo, falando em nome dos despachantes aduaneiros, explicou que, por conta das restrições impostas pelos governos dos países europeus e asiáticos, o nosso país não está a receber navios de mercadorias, sobretudo no porto de Nacala.
“A minha empresa tem uma necessidade de 55 contentores vazios para exportar diferentes produtos nacionais. Os agentes de navegação de Nacala não têm contentores e ficamos a saber que pela conjuntura internacional eles não recebem navios com mercadorias, permitindo que nós possamos usá-los vazios para a exportação”, referiu.
A fonte sugeriu que, para não ter os produtos agrícolas a se estragarem nos armazéns, a solução passa pela união de esforços dos exportadores daquela cidade, com o objectivo de fretar um navio a granel, pois regista-se a entrada deste tipo de navios.
“Há risco de os produtos deteriorarem-se, por isso devíamos pensar em unir esforços e fretar um navio a granel, onde cada empresário poderá meter a sua quantidade de produtos e escoar os cereais” – sugeriu.
Neste momento, a crise de contentores fez com que disparasse o preço de frete. Por exemplo, para fretar um navio para América antes da pandemia custava 800 dólares norte-americanos, agora o valor subiu para mais de dois mil dólares. Os navios da China subiram de 1.500 dólares para 14 mil dólares norte-americanos.
Destacou-se, igualmente, como solução do problema, a necessidade da construção de silos para o armazenamento de mercadorias, porque as únicas infra-estruturas que estão próximas do Porto de Nacala localizam-se no distrito de Malema.
Por seu turno, a administradora de Nacala entende que há necessidade de reunir com a CTA, os despachantes aduaneiros e os agentes
“Ficamos preocupados quando ouvimos que havia crise de contentores para exportar. Tínhamos a interpretação de que havia uma espécie de sabotagem, mas a reunião com os principais intervenientes desta actividade ajudou a esclarecer os factos. Compreendemos que não é uma situação de Nacala, mas também de Maputo e Beira” – concluiu.
