Comerciantes continuam a viciar o peso do cimento de construção

Comerciantes continuam a viciar o peso do cimento de construção

Os consumidores, que adquirem o cimento de construção nos revendedores formais e informais, na cidade de Nampula, são vítimas de burla, por estes estarem a comprar aquele produto com peso adulterado, por parte dos revendedores. Neste caso, os revendedores obtêm lucros ilícitos.

Esta atitude prejudica e preocupa aos consumidores que adquirem o produto para vários fins, e pedem a tomada de medidas administrativas, por parte da Inspecção Nacional das Actividades Económicas de Nampula, uma vez que a viciação de cimento é uma prática que se verifica há muito tempo na urbe.

 Munícipes entrevistados pela nossa reportagem, sobre o assunto, afirmam que, nos dias que correm, é quase impossível encontrar no mercado – formal e informal, cimento cujo peso não esteja adulterado.

“Eu já fui vítima desta prática desonesta dos revendedores. Certa vez comprei 10 sacos de cimento, quando pretendi confirmar o peso fiquei surpreso ao saber que cada saco pesava 35 a 40 quilogramas, ao invés de 50. Fiquei muito prejudicado” – denunciou Alves Thaimo.

Segundo o nosso entrevistado, o mais engraçado é que o proprietário do armazém aceitou a devolução do produto, facto que confirma que tinha conhecimento da fraude.

Uma situação idêntica aconteceu com Manuel Patrek, residente no bairro de Muahala-Expansão, o qual revelou que um dos revendedores de cimento da sua zona acabou fechando o seu estabelecimento comercial, por ter sido descoberto com a sua máfia.

Esta situação é do conhecimento da Inspecção Nacional das Actividades Económicas, delegação de Nampula, e o responsável daquele sector, Élio Rareque, afirma que a prática de adulteração do peso do cimento acontece em todos os revendedores, formais e informais.

“É mais ou menos como um “jogo de gato e rato”. Normalmente, quando os revendedores se apercebem de uma inspecção colocam nos armazéns cimento com a quantidade certa, mas dois dias depois voltam a revender cimento com peso adulterado” – explicou.

Contudo, reconheceu que o fim da venda do cimento com peso viciado e em condições inadequadas, passa pelo envolvimento constante da sua instituição na fiscalização e controlo do processo na cidade de Nampula.