Estão, neste momento, paralisadas as actividades laborais na fábrica de processamento de castanha de caju, “Korosho Moçambique Lda”, localizada em Mutava-Rex, arredores da cidade de Nampula, por conta de uma greve convocada pelos cerca de 2 mil trabalhadores sazonais, que reivindicam pagamento de salários atrasados.
A par do atraso no pagamento dos salários, os trabalhadores estão preocupados com a decisão do patronato de encerrar aquela unidade fabril.
Um comunicado afixado no portão principal de acesso à fábrica, a direcção apenas informa aos trabalhadores do encerramento da fábrica, sem, no entanto, avançar os motivos e a data provável da retoma das actividades.
Sobre este documento, os trabalhadores decidiram dirigir-se à direcção provincial do trabalho, a fim de solicitar a intervenção urgente daquela instituição, para resolução dos problemas.
“Exigimos justiça. A empresa deve pagar nossos salários atrasados”-disse Fátima Serafim, uma das colaboradoras.
Volvidos anos, os trabalhadores falam hoje de supostos maus tratos, protagonizados pela direcção da empresa.
“Entramos às 3 horas da manhã e só largamos do serviço às 17 horas, ao longo deste período, eles não nos davam alimentação condiga. Sofríamos descontos arbitrários, para além de inobservância das medidas de prevenção da Covid-19” -denunciou Serafim.
Susana Domingos foi outra colaboradora com quem conversamos e deixou ficar seu descontentamento.
“O mais preocupante é o facto de muitos não possuirem contractos de trabalho, eles prometeram, mas nunca cumpriram, descontavam-nos algum valor, que diziam que levavam para segurança social, e não sabemos se faziam isso ou não, porque até agora não temos cartões de segurança social” -lamentou Domingos.
Entretanto, uma fonte da direcção dos recursos humanos da fábrica, que omitiu a sua identidade, não avançou muitos elementos sobre o enceramento da empresa, mas garantiu que foi pago um dos dois meses em divida.
“Neste momento a secretaria do comité sindical dos trabalhadores da fábrica está a trabalhar para que o salário seja pago a partir de hoje, e daí voltaremos a operar sem sobressaltos” – tranquilizou a fonte.
