Está cada vez mais caro o preço de farinha de milho nos mercados da cidade de Nampula, nos últimos dias. Uma ronda efectuada pelo nosso jornal, permitiu constatar que o saco de 25 quilogramas, que há cerca de um mês custava entre 800 a 900 meticais, actualmente é adquirido ao preço médio de 1800, mas nalguns casos chega a atingir os 2100 meticais.
O mesmo acontece com o milho a granel, visto que uma lata de 25 quilogramas, passou de 300 para 1000 meticais, situação, que está a baralhar as contas dos consumidores, e que acontece sem nenhuma justificação bem como sem intervenção das equipas da Inspeção Nacional das Actividades Económicas (INAE).
Ainda são escassas as razões que estão a ditar a subida do preço de farinha de milho em Nampula, todavia alguns cidadãos entrevistados pelo nosso jornal, não descuram da hipótese de tratar-se de puro oportunismo dos agentes económicos.
José Armando Muhapeque, que disse estar chocado com relação ao silêncio das autoridades, defendeu a intervenção daquelas, para acabarem com o oportunismo.
“É preocupante o silêncio das autoridades fiscalizadoras. Nós estamos a passar mal por causa da subida do preço de milho, este produto é alimento base de muitas famílias, gostaria de aproveitar a ocasião, para lançar um grito de socorro para quem de direito, no sentido de intervir”, apelou Muhapeque.
Sebastião Artur, outro munícipe com quem conversamos, contou que não consegue comprar a farinha de milho, devido a falta de dinheiro.
“Queria comprar farinha de milho, mas não tenho como, o dinheiro não chega, porque cada dia que passa os preços mudam. Quando recebo o meu salário reservo sempre mil meticais para farinha. Desta vez não consegui comprar”, disse Artur.
Não foi possível ouvir a versão da INAE em Nampula em torno do assunto, porque o seu delegado encontrava-se fora do gabinete quando procuramos falar com ele, mas uma fonte da instituição assegurou que nos próximos dias, a equipa da INAE irá desencadear uma operação nos diferentes mercados da urbe, para resolver o problema.
Sobre o assunto, o gerente da moageira Natikiri explicou que compra o milho a partir da República da Zâmbia, o que acarreta enormes custos operacionais, que acabam sendo deduzidos no preço do produto final.
Um outro agente económico que não quis se identificar, igualmente proprietário de uma moageira, disse que no tempo chuvoso e até a próxima colheita há sempre dificuldades de aquisição do milho e isso dita o aumento do preço.
O assunto está a ditar preocupação, pois nalgumas lojas a farinha não existe e noutras já se limita a quantidade de compra por pessoa.
