A cidade de Nampula, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), conta actualmente com uma população que ronda acima dos 750 mil habitantes, um aumento demográfico que não está a ser acompanhado pelo sistema de abastecimento de água, contruído há mais de 60 anos, situação que se reflete no deficiente fornecimento deste precioso liquido, sobretudo a cada época seca do ano.
Uma pesquisa académica do Engenheiro civil, José Muivai Junior a que o nosso jornal teve acesso, apresenta as possíveis soluções que passam pela construção de novas barragens e ou o incremento das reservas subterrâneas.
A pesquisa refere que, de acordo com dados de 2017, a população aumentou para 750.000 habitantes, o que denota um crescimento acentuado e, mesmo com a barragem cheia, o sistema de abastecimento de água não tem conseguido satisfazer normalmente todas as necessidades de Nampula.
“A situação agrava-se caso se registe uma queda irregular das chuvas, entre os meses de Novembro e Dezembro, sendo por isso frequentes as restrições no fornecimento de água à cidade de Nampula que datam de há mais de dez anos”, lê-se no documento.
Aliás, o trabalho refere que as entidades ligadas ao sector de água, tem-se empenhado em fazer estudos para o aumento da disponibilidade de água a cidade de Nampula, tendo explorado inclusive a possibilidade de instalação de uma bomba temporária para captar água em profundidades mais baixas ou até o abastecimento alternado de água à urbe por zonas.
O Engenheiro Júnior, revela no seu trabalh, que estudos realizados na década de 1990 já indicavam que a partir do ano de 2010 a cidade estaria a braços com uma crise, mesmo depois da reabilitação e expansão do sistema entre 2002 e 2015.
“Chegou a ser proposta como solução, a curto prazo, a construção de um açude a jusante da barragem. Este dispositivo permitiria o armazenamento de uma parte da água descarregada pela barragem para posterior utilização na época seca. A médio prazo, a solução passaria pela captação da água num outro rio, perto da cidade de Nampula, a saber, o rio Melúli”, diz a pesquisa.
Actualmente, o sistema, segundo a pesquisa, é insustentável e não tem capacidade para de forma satisfatória abastecer a cidade de Nampula nos próximos anos, mostrando-se imperativa a busca de novas respostas ao problema que poderão implicar a construção de uma nova barragem e aliar a isso a redução das perdas físicas e comerciais.
A cidade encontra-se rodeada de bacias hidrográficas de média dimensão como são as dos rios Monapo e Mecubúri, a norte, e a do rio Melúli, a sul e como proposta, a pesquisa entende que as soluções a curto prazo para melhorar o abastecimento de água poderiam incluir, por um lado, a construção de uma ou mais pequenas barragens seja a montante ou a jusante da actual, que se possa erguer em um ano, ou, por outro lado, a continuação da exploração simultânea de aquíferos para servir zonas específicas, uma vez que existem imensas linhas de água que raiam a partir da zona central da cidade, ao longo das quais é possível encontrar água subterrânea, apesar das quantidades não serem elevadas.
“Já a longo prazo, a nossa proposta de atendimento recomenda às autoridades governamentais a mobilização de financiamento para se iniciar o estudo de uma grande barragem, com base nos locais que já foram identificados nos estudos. A obra de grande envergadura daria corpo a uma solução integrada com outras vilas com problemas de abastecimento de água, a volta da cidade de Nampula”, recomenda a pesquisa.
