Terroristas semeiam luto e incerteza em Chiúre

Terroristas semeiam luto e incerteza em Chiúre

O distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado, está sob ataques terroristas desde a última segunda-feira, onde mortes de civis e destruição de infra-estruturas públicas e privadas são reportadas.

Segundo o Centro de Integridade Pública (CIP), na segunda-feira (22 de Abril) os terroristas assaltaram a aldeia de Nantavo, a cerca de 30 km da vila municipal de Chiúre, onde assassinaram três civis e incendiaram casas dos chefes dos quarteirões e uma escola.

Ontem, terça-feira, 23 de Abril, pelas 6 horas da manhã, os terroristas entraram na aldeia de Mecolene, posto administrativo de Chiúre-Velho, onde permaneceram durante parte do dia.

Devido a esta insegurança, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) foi obrigado a evacuar algumas brigadas de recenseamento eleitoral naquele ponto da Província de Cabo Delgado.

“Devido ao movimento de insurgentes, na semana passada, já tinha sido evacuado também as brigadas de Mazeze para a vila sede do distrito de Chiúre” – escreve o CIP no seu Boletim de Eleições desta quarta-feira.

Por conta dos ataques terroristas, o Conselho Autárquico de Chiúre cancelou as festividades do Dia da Vila, que podiam se celebrar amanhã, 25 de Abril, reservando ao dia apenas para a deposição de coroa de flores e discursos do edil e administrador do distrito.

Refira-se que, os ataques terroristas em Chiúre tiveram o seu início em 3 de Fevereiro passado, quando pela primeira vez entraram na região, vindo do vizinho distrito de Mecúfi, através de Somas.

Contudo, em relação ao terrorismo, o Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional (GCCCOT) instaurou um processo criminal contra dois cidadãos moçambicanos acusados de Financiamento ao Terrorismo, Recolha de Informação; Adesão à Organização Terrorista e Associação Criminosa

Os indivíduos foram detidos, em flagrante delito, em Março do ano passado, na vila municipal de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, na posse de 885 mil e 500 meticais e diversos géneros alimentícios que se destinavam ao grupo terrorista, que se encontrava acampado na região.

Segundo o Ministério Público, da instrução “constatou-se que os arguidos, para além de comprarem géneros alimentícios, adquiriam cartões SIM, cupões de recargas das operadoras de telefonia móvel e os remetiam ao líder do grupo terrorista que, por sua vez, procedia a distribuição aos demais integrantes.