Desactivada quadrilha de burladores em Namicopo

Desactivada quadrilha de burladores em Namicopo

Um esquema de burla, que era concretizado por falsificação de documentos e posterior registo dos cartões SIM usados pelas empresas de telefonia móvel, foi recentemente desativado, com a consequente neutralização de um total de 27 supostos meliantes, agora detidos.

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), em Nampula, indicia os suspeitos, que tinham como bastião o famoso bairro de Namicopo nos arredores da cidade capital, da prática de vários crimes, dentre eles, a falsificação de documentos e burla.

Para além da neutralização do grupo, o Wamphula-fax soube que, o SERNIC apreendeu com os mesmos meliantes mais de 200 telemóveis, cerca de 760 cartões de eleitores falsos, incluindo o cativo de um valor que ultrapassa um milhão de meticais, encontrado na conta bancária da namorada de um dos indiciados e do irmão e o proprietário da mesma indústria.

Consta que, um individuo, por orientação de alguém que se supõem que seja o proprietário da empresa dos cartões falsos, teria criado um sistema de registo inicial de cartões SIM para telefonias móveis, sendo que, cada cartão de eleitor, tinha como missão de fazer o registo de 5 cartões de usuários de telemóvel.

O cartão SIM era usado para os “trabalhos” de burla durante 15 a 30 dias e, depois disso, era descartado ou alterado o número, afim de fazer um novo registo.

A finalidade, segundo foi revelado, era adquirir bónus de indivíduos, a partir das empresas de telefonias moveis, o que quer dizer que, eles faziam o registo, ativação, recarregavam um valor monetário de 30 meticais e ligavam para um outro número, que ninguém estava do outro lado da linha, deixando que o mesmo ligado até a recarga acabar.

Desse exercício permitia receber receber aquilo que eram bónus que variavam de três a seis mil meticais e contabilizando este valor no final do mês, resultava em avultadas somas cuja distribuição era feita aos diversos colaboradores.

Aliás, pelo menos 18 pessoas eram consideradas “trabalhadores”, porque tinham uma remuneração no final do mês.

Falando em conferencia de imprensa, ontem quarta-feira, no bairro de Namicopo, para ilustrar como é que funcionava o esquema, a porta-voz do SERNIC, em Nampula, Enina Tsinine, explicou que diverso material foi enterrado, na medida em que a corporação fez a abordagem à residência dos suspeitos, onde o cabecilha do grupo se pós em fuga, ao se aperceber da gravidade da situação.

Enina Tsinine disse ainda que o material em alusão era composto por documentos, telefones, carregadores entre outros.

Um dos indiciados, por sinal colaborador da Vodacom, que vende pacotes iniciais na rua, nega o seu envolvimento no esquema.

“Em algum momento vendi cartões de pacote inicial para este jovem que está em causa, cuja quantidade não posso revelar, porque dependia da quantidade que me davam para vender. Não desconfiei que se tratava de burla, porque temos uma pressão no serviço de metas de venda. Então, quando alguém vende mais rápido, fecha a meta e nalgum momento é bem visto”, disse.