Muito antes da hora de abertura das mesas de votação havia enchentes de eleitores que estavam expectantes de exercer o seu direito o mais cedo possível. Chegada a hora de abertura das urnas, na maioria dos casos as pessoas em debandada tentavam ocupar o lugar da frente e isso criou agitação.
Mas, paulatinamente, o ambiente foi estabilizando, mas a morosidade e até arrogância de alguns membros das mesas foram objecto de reclamações dos eleitores que continuavam impacientes.
Segundo testemunhamos, no Pavilhão de Desportos do clube Ferroviário de Nampula, um suposto apoiante do partido Frelimo, fez-se presente nas urnas trajado de uma camiseta daquela formação política, facto que viola a lei eleitoral.
Face à situação, que criou um clima de agitação, a Polícia da República de Moçambique (PRM), teve que intervir e decteve o cidadão em causa, para os procedimentos subsequentes.
Ainda em Nampula, o AMUSI manifestou-se indignado pelo facto do nome e sigla daquela formação política, que concorre para a Assembleia da República (AR) e Assembleia Provincial (AP), aparecer, neste segundo caso, no verso do boletim do voto.
Num breve contacto com a imprensa, o presidente do AMUSI, Mário Albino, exigiu a anulação das eleições legislativas em Nampula, por conta deste alegado ilícito eleitoral.
Apesar da agitação criada pelos episódios acima mencionados, os eleitores afluíram em massa às urnas, para eleição dos seus candidatos à Presidência da República, Deputados e membros das assembleias da república e provincial, respectivamente.
A meio tarde a afluência baixou, mas já próximo a hora de encerramento muitos postos voltaram a registar enchentes que determinaram que algumas mesas tivessem que fechar depois da hora, permitindo que os presentes fossem atendidos.
Para as eleições de ontem, a província de Nampula tinha inscrito 3,2 milhões de eleitores, que eram esperados nas 4.746 mesas. A avaliar pelo nível de enchentes e mesmo pelo número de boletins de voto usados em várias mesas, pode-se arriscar e afirmar que os níveis de abstenção foram diminutos em toda a província.
Para gerir o processo, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), recrutou 33.222 MMVs, que na véspera chegaram a ensaiar algumas manifestações exigindo aumento dos subsídios, mas tudo ficou ultrapassado e trabalharam a contendo sobretudo no processo de votação.